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Passa Por Lá

Passa Por Lá

05
Jan18

6 meses de maminhas de fora...

Carolina

Quando começámos esta aventura, depois do pânico nos primeiros dias em que escondi suplemento das enfermeiras que queriam à força que o desse ao meu filho, não sabiamos bem onde chegaríamos, mas cá estamos,chegámos aos seis meses de amamentação exclusiva.

Acreditem que durante estes meses a minha maior ajuda foi mesmo o meu instinto, mesmo naqueles primeiros dias em que nos passa pela cabeça que não sabemos nada sobre por a mama de fora.

Perdida e com medo comecei logo na maternidade a seguir o que achava certo. Um mamilo invertido e um bico de silicone, algum medo e não ligar muito a enfermeiras chatas, resultaram numa saída tranquila já com leite e sem sintomas da subida.

 

Zero mastites, Zero dor, parecia estar tudo tranquilo.

O meu objetivo seguia a ser o mesmo de quando iniciei esta caminhada, amamentar dia-a-dia, ver onde conseguia chegar. Confesso que senti muita pressão em que tudo corresse bem. Acho que nos nossos dias, existe tanta pressão para amamentar, como já foi forte a ideia que melhor era alimentar bebés com leite artificial, e que existe leites fracos. Uma mãe que não amamenta é hoje um bicho culpado de não ter leite ou não se esforçar, quando nem sempre as coisas são assim ou são fáceis. 

Contínuo a defender que uma mãe tranquila será melhor mãe, seja a dar mama ou biberon.

Nas primeiras semanas, acho que devido ao trauma da maternidade, pesar o Xavier significava ter um ataque de nervos. Um pediatra desdramatizador e a confiança que fui ganhando a amamentar em livre demandada fizeram o resto. Houve semanas de pouco aumento de peso, o Xavier gostava de mamar rápido e não engordava tanto apesar de mamar mais vezes. Mas mês a mês o seu desenvolvimento estava dentro da média e eu comecei a ficar mais tranquila. O pediatra dizia:fique orgulhosa do que está a fazer e não ligue ao que os outros dizem. 

Estar em casa permitiu-me chegar aos 5 meses e continuar a alimentar o Xavier só com o meu leite. Ao longo deste tempo ficou mais fácil por as maminhas de fora em qualquer lugar, o Xavier entretanto deixou de gostar de estar tapado e não houve fralda, pano ou avental de amamentação que ele quisesse, nada a fazer a não ser ficar tranquila e confortável com a amamentação, (esquecer as mamas flácidas e gigantes) sem reservas ou vergonhas.

Em casa, maminha de fora foi dress code muitas vezes. Amamentar tornou-se cada vez mais normal.

Até que sem explicação, entre o quinto e o sexto mês tudo se complicou, o Xavier descobriu que existia um bico de silicone que se podia tirar e resolveu brincar com ele, e à força toda quis mamar sem ele. Foram 5 dias horríveis, mais alguns menos bons que coincidiram com o meu ciclo menstrual onde por norma tenho menos leite.

Mas o mais grave e desolador, era ver que ele não sabia pegar no meu peito sem o bico e a última mamada do dia era terrível para mim e para ele. Ele queria mamar e não sabia e tentava e irritava-se, eu só de pensar que isso voltaria a acontecer entrava em stress. Durante a noite colocava o bico e ele lá se ia enganando, mas antes era desesperante.

Valeu o Stock do leite congelado, a bomba e o pai em casa. Muita paciência e uma nova rotina mais trabalhosa. Depois de o por na mama, ele nada satisfeito chorava e lá ia o pai com o biberon enquanto eu tirava leite. Pouco a pouco depois de muitos nervos e numa das vezes bem perto de desespero e de ter pensado em ir à farmácia comprar uma lata de leite, o Xavier aprendeu teimosamente a mamar, eu senti as dores nos mamilos que não tinha sentido no início da amamentação, tivemos os dois dias menos bons.

 

Passaram. Voltámos ao normal. O Xavier voltou a mamar tranquilo e sem bicos de silicone, sem fome e sem choro. Assim chegamos aos seis meses. Preparamos os agora a entrada no mundo dos sólidos, ando agora em busca de bons babetes para minimizar os danos normais.

Sigo sem expactativas, dia-a-dia, amamentar até quando nos fizer sentido e for compatível com a nossa rotina. Sem pressões, cobranças ou muitos planos. Confesso que me sinto feliz por ter chegado até aqui e por ter conseguido fazer algo que nas primeiras horas depois do Xavier ter nascido era ainda uma incerteza.

Nem sempre maravilhoso, fácil, muitas vezes controlador do nosso tempo e independência e alguns desejos, acabou por fazer sentido até agora. Daqui po diante todo um novo caminho, maminhas de fora, comida, as duas coisas, outra qualquer, vamos ver como corre! Vou seguindo o meu instinto com a certeza que vai correr tudo  bem.

 

amamentação e biberon jpg.jpg

 

31
Out17

Coisas que não sabia antes de engravidar! #1

Carolina

Antes de engravidar existe um mundo que de coisas que não conhecemos, nem imaginamos e quase de certeza não ouvimos falar, se ouvimos não prestamos atenção. 

Costumo dizer, que são aquelas coisas que ninguém nos diz, nem convém falar delas muito alto. 

Verdade, verdadinha, quer a gravidez, quer a maternidade,  na maior parte das vezes, são uma fase linda, única, maravilhosa em que as mulheres ficam radiantes, mas muitas coisas que chegam depois, outras tantas acontecem e nem sempre são assim tão boas. 

Ninguém nos diz que amamentar dá uma fome de loucos, só nos dizem que emagreces num instante... (se passares fome claro). Não dizem que as moscas e os cães adoram o cheiro a leite e nos melgam um bocadinho, não dizem que os teus pés crescem e podem crescer muito... que a privação de sono nos pode levar à loucura.

Basicamente há todo um simples romance em volta da gravidez e do nascimento de uma criança que não se deve incomodar com estas pequenas coisas, que eu não sabia antes de engravidar. 

Coisas pequenas, verdade, mas que para a mulher que também é mãe, nem sempre são muito agradáveis.

Antes de engravidar não imaginava que no pós-parto iria ficar careca. Mal sabia que o cabelo tinha tendência para cair. 

Foi já grávida que li qualquer coisa sobre o tema e ainda sobre as hormonas que precisam de tempo para se organizarem novamente. 

Mas apesar de ter lido, não imaginava nunca que ia ver cabelos aos molhos na almofada, no chão da casa, na escova, na roupa, nas mãos do miúdo. Um simples banho chega para deixar o ralo coberto. Ver o cabelo assim cair é terrível.

Há umas semanas atrás foi assustador. Grandes mexas a deixar a descoberto entradas e o minha cabeça também. 

Procurei inicialmente algumas dicas mais naturais e caseiras, mas quase todas já estavam no rol do que vou fazendo mesmo sem a queda,  

. comer muita gelatina e alimentos proteicos

. passar água fria no final do banho (que não deve ser muito quente)

. massajar com óleo de coco

. colocar folhas de gelatina nos batidos de fruta e vegetais. 

 

Com a queda a aumentar muito, em especial depois dos 3 meses, tive de tentar algo mais forte. Encontrei algumas referencias a produtos com bons resultados, embora estivesse condicionada  pela amamentação. Percebi ainda que qualquer tratamento mais longo pode ser um rombo para a carteira. 

Inicialmente apostei num shampoo mais barato, da Garnier acabou por ir para o saco do ginásio, onde confesso tenho ido pouco, depois noutro mais eficaz de uma marca bem referenciada: Ecophane. Sem muitos resultados visíveis na minha cabeça, mas pequenas melhorias, na quantidade de queda. 

Acabei por comprar um tratamento de ampolas para 3 meses, da Kerástase, compatível com a amamentação, que vou complementar com shampoo da mesma linha e esperar que os resultados comecem a aparecer. para bem da minha cabeça, do meu aspeto e do dinheiro que gastei.

Ver-me sem cabelo, muitas vezes sem ter tempo para o lavar e entre as coisas da casa e do bebé, não é algo que torne os dias agradáveis. É verdade que toda a gente diz que passa e  melhora, que as hormonas se equilibram e a época da queda também passa. Mas também é verdade que é bem melhor tentar travar estas coisas. 

- Quem é que tem vontade de sair de casa e ouvir, estás a ficar com entradas?

Ninguém, certo. 

Ficamos melhores connosco próprias e mesmo com pouco tempo, tratamos um pouco de nós. 

Ninguém nos prepara para estes desafios da mulher depois da maternidade, são estas pequenas coisas que muitas vezes só sabemos depois de passar por elas... Talvez porque ainda se ache que perto de um bebé a crescer são coisas sem importância nenhuma. Eu, no entanto, continuo a crer que bebés saudáveis e felizes são aqueles com mães e pais felizes por perto, tenho a dizer-vos que há coisas muito piores, mas ver-me perder cabelo de forma bruta, sem fazer nada e sem melhorias, não me estava a trazer felicidade nenhuma...mesmo. Assim sendo achei melhor atacar já isto e pronto! 

Agora só espero que funcione. 

amamentação_ queda_de _ cabelo.jpg

 

 

 

 

03
Ago17

e depois... adormeci!!!

Carolina

Depos de um mês e 9 dias. 

Depois de tantas noites em que não consigo perceber quais são as horas que durmo e por que raio num ápice já é de manhã.

Depois de ter fome durante a noite, como nunca tive mesmo quando estava grávida. 

Depois de noites em que uma ida á casa-de-banho é igual a um sono de minutos na sanita.

Depois de quase ter caído para a frente, redonda de sono, numa destas noites.

Depois de mil golos de cabeça, com ele nos braços. 

Depois de embalar a criança e achar que embalada estou eu e não tarda estou no chão.

Depois de mil passos de um lado para o outro em casa, em que o meu colo é a melhor das camas, e o meu balanço um perfeito carrossel adormecedor.

o que temia e amaeçava mostrar-se,  aconteceu...

... chegou a noite em que literalmente adormeci.

Ele agarrado à minha mama, eu encostada á cama, ele de olhos fechados eu a olhar para ele, e bem depois , depois não me lembro de mais nada.

Sei que passaram 30m porque marquei o íncio da mamada na aplicação que usamos para ajudar a nossa memória (graças a deus que inventam estas coisas, para evitarmos trocarmos tudo e ele andar sempre a mamar do mesmo lado), o que se passou nesses 30m não imagino. 

Ele rabugou ainda a dormir refastelado na almofada de amamentação, eu meia perdida abro os olhos sem saber bem onde estou e depois fico a olhar para ele sem ter a certeza do que ele comeu e se é que comeu.

Com a cabeça atordoada e o corpo a demorar a responder, ofereci mais, endireitei-o para arrotar e ele a dormir...

Nada mais a fazer que esperar que volte a acordar para a sua próxima refeição e torcer para que não a antecipe.

 

Depois de algumas semanas aconteceu o que temia, algures entre o cansaço e um corpo mal habituado a dormir pouco, creio que despertou o sinal de alarme, que me diz que mesmo sem conseguir tenho de me esforçar para dormir quando ele dorme... não sei quem consegue, mas eu não consigo dormir de dia e acompanhar os seus sonos. 

Muito raramente passo pelas brasas por pequenos dez minutos e acordo mais espevitada do que ele quando acorda com fome e grita como se fosse comer este mundo e  o outro. Meia hora depois estou podre de sono de novo.

Parece-me que vou voltar a adormecer mais vezes, parece-me que vamos ter de nos adapatar sem dramas ou exigências parvas em que tenho de  ser como despertadores perfeitos e logo prontos para que tudo siga certinho noite dentro, noite que é só aquele tempo que há mais de 30 anos, conheço como  aquele que serve para dormir. 

A minha missão será  garantir que se cair, o faço sozinha. Que ele não passa fome, nem grite ao ponto de acordar a vizinhança se eu estiver tipo pedra a dormir, na sua hora de comer. 

Se assim for tudo bem, são mais uns meses nestas noites de mama de fora e poucas horas de sono acumuladas. Esperar não envelhecer muito, nem ganhar muitos cabelos brancos já, porque ele logo crece e tratará disso. 

 

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