03
Dez06
Sonhar
Carolina
Deste-me o sonho, vesti com ele parte de mim. Deste-me a coberta em qualquer noite que senti frio, mostraste-me que sonhar pode ser viver e que antes de tudo pode ser quente.
Deste-em o nada e foi o nada que quis, deste só sonhos e também a força do sol que podemos encontrar em todos eles, que podemos aramazenar em nós. Entrei neste lago pintado de cor onde te sonhava, onde te via, onde buscavas o que sou, porque me sentias, ao invés de somente me olhares.
Não sei para onde foste, os meus sonhos não me dizem e também não quero saber, porque sonhar não é só teu, é antes de mais, meu, do meu mundo, do meu ser. Sei simplesmente que não estás, e senti isso ontem, quando pousei a minha cabeça sobre a almofada e quando de longe me roubaste o sonho que eras. Sabes, deixei-o ir, porque não o quero mais, não quero viver num sonho o que aqui seria diferente, não quero só sonhar, quero sim, vestir cada imagem sonhada ir em frente sem medo de perder e dar nada, quero sim sonhar para viver e não sonhar para guardar o que não posso ter...
Não voltes cá, não passes nos meus sonhos, porque fechei as portas ao que trazias para eles, é oficial desisti de te sonhar, não quero mais...
Se por aí fora deste mundo ebrio onde tudo acaba por ser leve e suave como o meu sono, me vires sorrir,me encontrares, bate na porta da entrada, sopra-lhe como se fosses o vento de norte, se ela se abrir passa por lá, se ficar fechada, segue em frente, segue e sonha...sê feliz então...