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Passa Por Lá

Passa Por Lá

28
Fev08

sei lá....e depois, depois não sei...

Carolina
Sei lá porquê, até me parece vulgar e  banal resposta comum entre tantas outras de significado igual e possível.
Entre descobertas remanescentes de momentos vividos outras horas, não sei se por sei lá ser, te encontrei ou reencontrei, não sei bem...
Hoje, no meio, mais meio desta semana, crescida entre dias que trepidam e saltam, dei por mim assim, mais ou menos pensativa como de costume, entupida de lembranças que me reportam a um tu e a um eu, semelhantes e diferentes deste agora, de ontem, de sempre. Estive hoje em amena conversa com a suadade que senti de ti na segunda feira, com o teu cheiro entranhado de domingo, com a vontade de te ver na terça, e comigo hoje... com este meu eu que me reduz ao nada que sempre fui...
Andei a vagear no passado de lá para cá, no olhar que não conhecia e no espelho que se transformou, Andei....perdida nos beijos, talvez tanto nos primeiros como nos ultimos, perdida ainda nas palavras inigmáticas, nos tragos de ideias novas, no fascinio de entender tanto, sem saber nada, vageei no abraço, na chegada e no quente familiar que sei sentir. Andei por perto de passar pela falta de tudo, tudo o que sei porque já tive, tudo o que sei que não tive e que sinto que não vou ter, e no tudo, no qual, não quero pensar agora...nem agora, nem amanhã, nem depois, nem quando for mais tarde...
sei lá...
Sei lá...
Não sei...
E depois, depois não quero saber...
Descubro que sou pouco, muito pouco num universo onde tudo tem de ser brilhante, doce, sucolento e especial. Sou um risco numa folha pautada, sou uma linha banal, sem cor para ser distinta e assim sou assim, continuo assim, assim me desfaço e renasco, sem passar daí...
Sei lá porque...parece que a resposta é obvio, parace somente como qualquer resposta, parece portanto e só, e só portanto da mesma forma como troco as palavras...Os riscos e as silabas dificeis de traçar e dizer acabam por não me deixar crescer em tom, cor e espessura...
Não sei combater com soís, não sei ultrapassar estrelas, não sei derrubar os sonhos, não sou capaz de subir montanhas sem apoio...
Sei lá enfim..
E depois, depois não sei ...não sei...
Acabo reduzida, acabo como sou... limitada num espaço meu que me mostra a fragilidade de toda a minha incapacidade de chegar para ti ...
Angustiada, feliz, eu, espelhando o que há aqui por dentro sem medo que vejas, sem medo que nada possa ser para ti, sem medo de ser sei lá!!
E porquê?
Porque as espirais são faceis de copiar, faceis de decalcar, são faceis de observar...
Assim só! E chega...simples, básica, para ti...e depois...depois não sei...
Continuo agora assim, continuo eu, e de resto, sei lá...não sei...e depois, depois não sei...e depois também não...
Continuo... enquanto tu passas por lá...
Chega assim o dia em que regresso lá atrás, em que notas e moedas, sei lá, me voltam a reduzir angustiada a uma conta de substrair onde volto a ficar à espera, onde volto a não ser nada, onde me reencontro com a minha solidão de ser só eu...encontro o habitual silêncio...na descoberta renovada de me voltar a lembrar que não sou para ti...

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