e depois... adormeci!!!
Depos de um mês e 9 dias.
Depois de tantas noites em que não consigo perceber quais são as horas que durmo e por que raio num ápice já é de manhã.
Depois de ter fome durante a noite, como nunca tive mesmo quando estava grávida.
Depois de noites em que uma ida á casa-de-banho é igual a um sono de minutos na sanita.
Depois de quase ter caído para a frente, redonda de sono, numa destas noites.
Depois de mil golos de cabeça, com ele nos braços.
Depois de embalar a criança e achar que embalada estou eu e não tarda estou no chão.
Depois de mil passos de um lado para o outro em casa, em que o meu colo é a melhor das camas, e o meu balanço um perfeito carrossel adormecedor.
o que temia e amaeçava mostrar-se, aconteceu...
... chegou a noite em que literalmente adormeci.
Ele agarrado à minha mama, eu encostada á cama, ele de olhos fechados eu a olhar para ele, e bem depois , depois não me lembro de mais nada.
Sei que passaram 30m porque marquei o íncio da mamada na aplicação que usamos para ajudar a nossa memória (graças a deus que inventam estas coisas, para evitarmos trocarmos tudo e ele andar sempre a mamar do mesmo lado), o que se passou nesses 30m não imagino.
Ele rabugou ainda a dormir refastelado na almofada de amamentação, eu meia perdida abro os olhos sem saber bem onde estou e depois fico a olhar para ele sem ter a certeza do que ele comeu e se é que comeu.
Com a cabeça atordoada e o corpo a demorar a responder, ofereci mais, endireitei-o para arrotar e ele a dormir...
Nada mais a fazer que esperar que volte a acordar para a sua próxima refeição e torcer para que não a antecipe.
Depois de algumas semanas aconteceu o que temia, algures entre o cansaço e um corpo mal habituado a dormir pouco, creio que despertou o sinal de alarme, que me diz que mesmo sem conseguir tenho de me esforçar para dormir quando ele dorme... não sei quem consegue, mas eu não consigo dormir de dia e acompanhar os seus sonos.
Muito raramente passo pelas brasas por pequenos dez minutos e acordo mais espevitada do que ele quando acorda com fome e grita como se fosse comer este mundo e o outro. Meia hora depois estou podre de sono de novo.
Parece-me que vou voltar a adormecer mais vezes, parece-me que vamos ter de nos adapatar sem dramas ou exigências parvas em que tenho de ser como despertadores perfeitos e logo prontos para que tudo siga certinho noite dentro, noite que é só aquele tempo que há mais de 30 anos, conheço como aquele que serve para dormir.
A minha missão será garantir que se cair, o faço sozinha. Que ele não passa fome, nem grite ao ponto de acordar a vizinhança se eu estiver tipo pedra a dormir, na sua hora de comer.
Se assim for tudo bem, são mais uns meses nestas noites de mama de fora e poucas horas de sono acumuladas. Esperar não envelhecer muito, nem ganhar muitos cabelos brancos já, porque ele logo crece e tratará disso.