A falta que a minha mãe me faz!
O último mês não tem sido fácil.
Alguns compromissos assuimidos, o Xavier agitado e chorão ,a perceber que não vou ficar em casa, e o pai que me substituí na tarefa de ficar com ele, doente.
Nos entretantos, junta-se ao pai de baixa e febres altas, os dentes do miúdo, uma irritação na garganta e febres altas nocturnas, que me impedem de dormir mais de duas horas por noite e mais de 40m seguidos.
Não tenho capa de super mulher, nem uma varinha mágica.
A nossa casa parece doente, entre a desarrumação, a roupa no estendal que me “esqueço” de apanhar e a que se acumulou para passar.
Sinto-me perdida na desarrumação. Tento retomar a minha actividade mental, mas sinto-me lenta e preocupada, com os meus miúdos, com a casa, com o jantar, com tratar da imunidade do mais velho que agora anda sempre doente e ajudar o Xavier a dormir sem dores ou rabugice.
Dou por mim a correr no meio do caus.
Dou por mim a concluir que todas as mães pais solteiros são super heróis, sem capa nem varinha mágica.
Dou por mim a pensar na falta que a minha mãe me faz por perto.
A falta que sinto daquela ajuda, aquela panela de sopa para o jantar, a carne fatiada no friogorifico dividida em caixas para 2 ou 3 refições, a roupa passada a ferro.
O ar que me daria essa ajuda, a sanidade e a tranquilidade com que podia vencer melhor esses dias dificéis.
Nunca pensei pensar isto, nem dizê-lo, sempre fui muito independente, mesmo no tempo de faculdade ía a casa quase sempre um vez por mês e gostava de cozinhar a minha comida. Sempre me peguei muito com a minha mãe, muitas vezes me arrependia de falar das coisa com ela, muitas vezes o voltava a fazer. Sempre fomos de feitios dificeis, seguimos assim, há quem se ame dessa forma.
Confesso nestes dias, gostava de sentir mais dois braços lá por casa, daqueles quase invisíveis que por magia deixavam a comida no forno e faziam desaparecer a roupa suja do cesto e nos deixavam viver a nossa vida mais serenos.
Não dúvido que estes braços seriam os da minha mãe.
Como seria bom que os meus pais vivem-se aqui mais perto. Para partilhar estes dias dificéis, para viver outros mais felizes e até para nos zangarmos mais, toda a gente sabe que os pais e as mães às vezes são chatos, os meus são... e não digo que são por mal, só digo porque estes pequenos embates fazem parte de famílias onde se fala muito, mas mesmo muito de todas as coisas!
Entre a fala que sinto e a realidade, resta-me fazer o que fiz há uma semana atrás.
Carrego o carro de roupa, ao estilo férias de 2 meses, faço-me ao caminho, regresso ao estilo férias grandes de verão, com a roupa passada e lavada, comida feita, um pouco melhor dormida e mais feliz depois de um escapadinha a dois com o menino mais velho que entretanto melhorou.
Diz que entre muitos azares se encontra a sorte. Esta é a minha, tenho por lá os braços mágicos e o conforto de quem me quer bem todos os dias , mesmo quando longe pouco possam fazer.
Todas as mães deviam ter as suas mães por perto, até serem mães mais crescidas. Não diaviamos viver a maternidade longe da magia de quem nos podia ajudar a ir onde os nossos braços não podem chegar!
grata pelos pais que tenho, todos os dias, mesmo quando sinto que me fazem falta, mesmo quando nos chateiam 20 vezes com o mesmo assunto, mesmo quando dizem o quer não quero ouvir.
Hoje sinto e digo muitas vezes: a falta que a minha mãe me faz!!