Quase 4 meses depois, começo a ter uns dias meus!
Ouvimos dizer muitas vezes e muitas vezes dizemos: estou a precisar de uns dias só para mim...
Neste momento, cá em casa, embora não o verbalize muitas vezes, sabemos que bem precisava de um tempinho, para dormir, fazer umas arrumações, ir ao ginásio de forma mais regrada, sair para passear, ou simplesmente não fazer nada.
Muitas vezes a minha cabeça também carece de alguma actividade e sente-se da falta da turbulência dos dias agitados, mas cada coisa a seu tempo.
Neste momento, sabemos que estes tempos implicam ginástica e muita colaboração, para que o príncipe se sinta feliz e contente no seus dias e consigamos manter as suas rotinas.
Não tenho muito tempo para dormir, não consigo dormir durante o dia, ainda não me habituei. Tenho ido algumas vezes treinar, não tantas como gostaria mas já comecei a fazer umas coisinhas só comigo. Falta mesmo o descanso, mas muitas vezes entre uma coisa e outra, acabo por preferir fazer algo e esperar que as noites sejam melhores.
O Xavier tem quase quatro meses e entre a ginástica necessária, a vontade para fazer algumas coisas e o tempo que realmente tenho, começo a ter momentos no dia em que faço ou vou para algum lado sozinha.
Mais que dias meus, começo a ter aqueles momentos em que vou fazer alguma coisa sem Xavier. É verdade que com alguma preocupação, às vezes até com alguma saudades, mas com a tranquilidade de quem se sente bem, nestes pequenos passos de regresso à autonomia.
Quatro meses depois, já consegui almoçar e passar a tarde com as amigas, ir ao shopping trocar umas coisas que comprei online, tirar uma manhã inteira para cabelo, unhas e massagem.
Penso muitas vezes que estes momentos só são possíveis porque me coordeno com alguém, nem sempre é fácil aceitar as contingências, mas podermos ter estes momentos é muito positivo e sinal que as coisas se alinham para que novas rotinas familiares se instalem.
São pequenas coisas, mas coisas que ajudam a que um mãe de primeira viagem no fim de uma semana, se sinta para lá de mãe, pessoa, mulher, e que entre fraldas, roupa e mamadas, consegue ter um bocadinho do que tinha antes da criança nascer.
Não tenho os pais ou familiares perto, mas salva-me uma bomba extratora de leite, os biberons da medela e os horários do pai da criança que cuida dela tão bem como eu. Confesso que me sossega sair de casa e deixar dois rapazolas no namoro, pouco importados se vou demorar uma hora ou 4.
Sinto que o Xavier é uma criança com sorte por conseguir estar tanto tempo na companhia do pai e da mãe nesta fase.
Nestes últimos dias tenho conseguido sair, ir ao cabeleireiro, arranjar-me um pouco mais, almoçar com amigas e apanhar um pouco de sol de forma despreocupada.
Agradeço ao S. Pedro este verão de S.Martinho antecipado. Agradeço eu e a minha sanidade mental. Este sol e esta Lisboa juntos ajudam a recarregar a vitamina D que este ano me faltou.
Não agradeço ao pai da criança, porque sabemos os dois que juntos somos uma equipa a fazer bem o nosso papel de pais para que a balança se equilibre e esta família de 3 seja saúdavel e feliz, mas ajuda muito saber que ele tem um jeito especial para tomar conta do filho, ajuda muito poder sair de casa na certeza que estamos todos bem.
Pouco a pouco, quase 4 meses depois, começo a ter dias meus, dias em que mesmo quando saio só, num vou ou regresso sozinha!