4 meses e ainda o medo de não estar tudo bem!
O tempo com o Xavier vooa, em todos os sentidos.
Voa o tempo que o faz crescer e voa o tempo em que sinto muitas vezes que não tenho tempo para nada.
Coisas que nos acontecem quando somos mães, algures no caminho nem sempre é fácil parar e ter tempo só para nós.
Quatro meses e é uma delícia vê-lo palrar, dar gritinhos, abanar as pernas e os braços quando nos vê. Olhar para tudo, preferir um boneco, saber que com o pai há mais palhaçada e que o meu colo é o melhor lugar do mundo para se dormir.
Ficamos, tito tótós, muitas vezes a ver como é giro um puto comer a água do banho e como descobre todo um mundo novo com a sua boca.
A força com que quer que o deixemos sentar, ou ficar direito como se quisesses estar sempre de pé e o seu sorriso, levam-nos a pensar que bom que é tê-lo, que perfeito que é. O pai diz muitas vezes que ele devia ter vindo mais cedo, eu não vou tão longe, mas sei reconhecer que a vida é toda outra depois de termos o Xavier por perto e é bom ter quem nos prefira sempre, mesmo descabeladas, sem banho tomado, com uma roupa a cheirar a iogurte fora de validade há 3 meses e umas olheiras de metro e meio em profundidade.
Quatro meses de coisas felizes e pequenas conquistas que o vemos fazer, ele cresce, e nos vamos fazendo upload neste trajeto nem sempre fácil de pais.
Quatro meses e desde que o tive nos meus braços que muitas vezes tenho medos. Medos por ele. Medos que não esteja bem. Medo que algo lhe aconteça, medo de não saber ser ou fazer o melhor.
Muitas vezes acordo com as incertezas todas nas costas e no peito. Já o achei autista, mesmo sabendo que estava quase a surtar, temia que não visse ou ouvisse, penso que pode ficar triste se o angioma no rosto não desaparecer como dizem e mais uma serie de coisas que por vezes me passam pela cabeça. Quatro meses e ainda cordo muitas vezes e penso: será estará tudo bem.
(desconfio que será uma sensação com lugar permamente cá dentro, vamos ver...)
Depois de todas as incertezase de temer que possam acontecer, a conclusão é sempre a mesma, seja como for, tenha o que tiver, venha o que vier, tenho todo o amor para lhe dar, para o aconchegar junto a mim e o proteger, tenho vontade fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que seja sempre mais feliz.
Quatro meses de Xavier, são quatro meses de uma nova família de 3, são quatro meses de uma pequena mãe em construção. Entre tantos medos, nada me sossega mais, que as suas gargalhadas, o seu olhar tranquilo e o meu acreditar que é essa a sua forma de mostrar como é feliz.
Quatro meses, intensos, estranhos, diferentes, bons, menos bons, em que cada dia os desafios são para ele que cresce e para mim, a mãe, que aprende também a crescer.
O meu coração transborda, a minha alma sorri e às vezes chora, a emoção ultrapassa o lado duro que já tive, o meu mundo entra em pausa vezes sem conta... e às vezes, tantas vezes tenho medo. Medo de não ser a melhor, não fazer bem, não estar lá, medo de não saber tudo o que vais querer saber, medo de deixar por fazer, de estar cansada, medo de ficar doente... mas o medo maior entre um pedaço dos dias imperfeitos e a perfeição de te ter na minha vida, é o de algum dia te perder...
Se algum dia te perderes meu Xavier, que seja de amores pelo mundo, aquela que agora te mostro da nossa janela.
Tudo o resto, seja o medo do tamanho que for, juntos vamos fazer com que passe, que parta ou que não seja uma eterna barreira no caminho que tens para fazer!