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Passa Por Lá

Passa Por Lá

31
Mar18

9

Carolina

9 meses dentro (quase) 9 meses fora!

Continuo em casa com o miúdo mais giro do meu bairro, arredores e todo o meu mundo no geral. 

Sigo apaixonada e feita num oito, que todos os grandes amores dão aquelas trabalheiras, choradeiras, rabugices. Sim aquelas, que muitas vezes em segundos se transformam em sorrisos e lágrimas de emoção,  orgulho e acima de tudo em coisas muito boas. 

Mas tenho chorado, menos do que rio. Lágrimas de alegria e muitas vezes de cansaço, desespero, de querer fazer mais. Tenho dias de neutras enormes. Tenho o sono que nunca achei que poderia ter. 

Este amor dá cabo de mim. Tenho cabelos brancos, papos, unhas partidas, sono, muito sono. Tenho o puto mais giro para amar, enrolado na minha cara, puxando o meu cabelo, dizendo mamã vezes sem conta...

Continuo a ter medos, a achar- me muitas vezes péssima mãe . Continuo orgulhosa do miúdo e de tudo o que já consegui enquanto mãe dele. 

Tenho o pai da criança comigo para ser a almofada de box dos meus dias maus e para me acompanhar nesta corrida de pais. Fazemos uma grande dupla. Quando não está faz falta como o caraças, quando està é tão pai como eu mãe. Sorte a nossa. 

9 meses. 

Não dorme a noite toda e está muito longe disso. Mama muito, sim, ainda mama, para lá do meu leite bebé água e chá. Come muito bem, principalmente a fruta. Adora estar à mesa connosco e petiscar qualquer coisa, sabe que é assim que se socializa. 

Tem os dentes mais chatos do mundo, 4 (finalmente romperam os outros 2) andam mais a melgar mas ele não deixa ver quais. 

As chuchas são para por todas na boca e já morri de susto 2 vezes, entre a tentativa de as tirar e o choro assustado do príncipe. Já trocamos de chuchas, já lha tentamos tirar, seguimos esta luta com os olhos abertos. 

Gatinha, só quer estar de pé, agarrado a mim, ao sofá a qualquer coisa. Num instante está no tapete a brincar noutro agarrado a uma cadeira. Temos tido dias agitados. Adora música, dançar, brincar com o pai, adora colo, sim muito colo, de preferência o meu. 

O meu colo e o meu leite são na boca de outras pessoas, em especial mulheres como eu,  um veneno, o pior que lhe estou a fazer... deixei de comentar, gastar energia com explicações, ou motivações ou o que quer que seja. 

As costas são minhas, as mamas também, sim posso queixar-me vezes sem conta do meu cansaço, mas nem o meu leite é veneno, nem o meu colo o pior lugar do mundo. 

O Xavier não é perfeito, eu também não....

Aparentemente o Xavier vai ser um falador, passa tempos a falar sozinho, com os brinquedos e connosco também, o único problema é que muitas vezes acha que um bom horário para um bela conversa é de madrugada, ali às 4 da manhã , como quem está a decidir se ainda vai a tempo de ir ao lux, ou melhor mesmo é ir para casa.

Não é gordo, nem grande, já sabe o que é estar perto e longe, tem noção de quando vou sair e ele fica em casa.  É um miúdo risonho, ri com os olhos, ri quando bate palmas ou nos estende os braços. Com dores ou doentinho é um mimando, aninhado em nós de cabecinha encostada aguardando conforto. 

Atrevo-me sempre a dizer, e digo muitas vezes que entre  tantos dias difíceis, entre tantas coisas erradas que fazemos com ele e que fazemos como pais, que ele é muito feliz! 

 

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25
Mar18

domingo de ramos!

Carolina

Há dias que tenho saudades de viver na aldeia. 

Hoje é um desses dias!

Ainda não batizamos o Xavier, logo ainda não o levámos à igreja. Não é que eu ache que Deus se importe de o receber em qualquer igreja, mas dizem os mais antigos que só depois de batizado entrará na casa do Senhor. 

Vamos rezando todos os dias e acreditamos que este mesmo senhor entra na nossa casa e olha por nós. 

Hoje é domingo de Ramos.

Tenho saudades de fazer os ramos para entregar aos meus padrinhos e ir com eles ao alto, da minha casa até à igreja. 

Loureiro, Alecrim,oliveira, flores e rebuçados que durante a missa ia roubando do ramo deixando presos por uma linha os papeis coloridos que os envolviam. 

Tenho saudades de sair da missa e ir a correr entregar os ramos aos meus padrinhos e sonhar com o ovo da pascoa que acompanham uma roupa nova, um livro ou um brinquedo de afolar que recebia no domingo de Páscoa e se transformava num segundo natal. Que feliz que era entre a sala de brinquedos e os perfumes da minha madrinha e a sua coleção mágica de porta-chaves e os bolos de chocolate e as cavalitas do meu padrinho. 

Hoje é o primeiro domingo de ramos do Xavier. 

Não fomos à missa. 

Não vamos estar com os padrinhos. 

Mas estaremos com eles no coração, mas mensagens e nas flores que partilhámos com eles. 

Somos feitos de memórias e de momentos. De pessoas que entram nas nossas vidas e nos fazem sonhar e crescer, que nos fazem recordar a magia de um domingo de ramos que só ficou gravado porque aqueles que recebiam o nosso ramo o recebiam de coração. 

Não sei qual será o sentido da Páscoa para o meu filho que agora cresce. Serei feliz se for uma Páscoa onde o maior de todos os sentidos for estar com as pessoas que o levam no coração. Ficarei feliz se essas pessoas escreverem nas memórias dele alegrias tão boas como as de carregar Ramos pela aldeia fora e de querer dar o ramo mais bonito aos melhores padrinhos (os meus ainda hoje são também os melhores). 

Sim escolhemos para o Xavier os melhores e escolhemos 3, porque se é para escolher pode ser à nossa medida, pode ser quem quisermos, porque não há limite para os amores e porque 3 é a conta que Deus fez!

 

Que seja um domingo de ramos abençoado, sejamos capazes de louvar quem mais gostamos e perdoar os demais. 

Já depois de ter escrito este post a minha mãe ligou e disse que mandou à missa um pequeno ramo para o Xavier entregar à madrinha. Diz que a nossa família sabe sempre o que gostávamos de fazer! ;)

 

 

 

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Afresco por Pietro Lorenzetti na Basílica de São Francisco em Assis, na Itália.

24
Mar18

Dar de comer a um bebé (os outros sabem tudo)!

Carolina

A aventura pelas papas e sopas cá em casa começou depois dos 6 meses. 

Depois uma semana atribulada normalizou. 

O Xavier come bem à colher, mas também come bem com a sua mão. 

Agora com 9 meses exagera na dose de conhecimento que precisa de ter do que lhe colocamos na boca, há dias que dar-lhe de comer é uma aventura de salpicos. 

Mas também quem é que gosta de comer sem saber o que vai comer? Ninguém certo? Não sei, porque nós adultos esperamos isso de um bebé. 

Com um pediatra que acabou por tratar o tema de forma muito natural, até ligeira o que no ínico me deixou nervosa mas que depois me esclareceu as dúvidas, lá fomos nós nesta aventura de escolher e fazer a comida do miúdo. Mais uma vez, como até aqui tenho seguido o meu instinto. 

Quando lhe pusemos a banana, a maça ou a cenoura na mão, foi um ai Jesus. Vai engasgar-se, é pequeno, ainda te vais arrepender. Sorrimos e acenamos, que no final das contas quem o alimenta sou eu ou o pai,  por isso eu é que sei, vá e ele também!

Começamos com sopas básicas. 3 semanas depois a juntar e misturar mais que 4 legumes que ninguém merece comida sem sabor. As frutas igual, no final de 3 semanas já comia manga, papaia e abacate. 

Quando começamos com as papinhas, fiz umas caseiras com flocos de aveia e arroz demolhados, mas confesso que achei melhor escolher alguma papa de pacote biológica e sem açucares e conservantes para agilizar saídas de casa e dias mais difíceis. O miúdo não reclama e come tudo. Acho que gosta da textura e do sabor dos cereias.

Muitas vezes faço as minhas papas com fruta e batata doce, farinha de coco ou de arroz e aveia e se tiver completo com o meu leite. Uma vez ou outra fiz umas panquecas que ele gosta muito. 

Assim vou alterando e dando várias opções de sabores e nutricionais ao mais pequeno.  

Não come bolachas Maria, a minha mãe sofre muito com este tema, acha que ele é um coitadinho que come umas bolachas de aveia orgânicas sem sabor ou umas tostinhas de bebé que adora. Mas como são duras há  semprequem ache que se vai aleijar com elas. E como não são doces há quem ache que ele é um coitadinho e fica triste. 

Pessoas fofinhas os bebés são espertos e desenrascam-se muito bem a comer. Devemos vigiar e estar atentos mas deixar que experimentem, claro, alimentos que se ajustem à sua faixa etária. Acho que temos de nos deixar de medos e fundamentalismos para uma coisas e ao mesmo tempo evitar outras, como  dar aos miúdos açucares numa fase, em que estes não o pedem. 

Ainda não ouvi o Xavier a dizer-me eu queria mesmo era uma bolacha Maria mãe...

Na alimentação, como no banho, como no sono, há sempre alguém que sabe tudo e diz que é melhor assim. Há sempre um bebé perfeito que come, não suja, quer mais e não rabuja. Há sempre um no meu tempo e com os meus filhos... Há sempre um não  mistures isto com aquilo, primeiro a pesacada depois o carapau. Aquilo faz cólicas, os iogurtes têm de ser de bebé... (so long, so long).

Eu continuo na minha, há sempre o meu filho, a nossa casa, os nossos dias. Ele é diferente de todos, nós também. Assim seguimos um caminho da alimentação que melhor se ajusta a ele que come e a nós que o alimentamos. 

O Xavier não é um bebé gordo (graças a Deus não herdou isso da mãe), também não é muito alto, como diz o pediatra está a crescer na proporção certa e bem, não se ponha a compara-lo com outros! 

O Xavier é um bebé feliz, gosta de comer, umas coisas mais que outras como qualquer pessoa. 

Gosta de sopa com couve flor, adora manga e papaia, não é fã de iogurte (dou os bio naturais do Lidle). Come tudo umas vezes melhor que outras. Há dias que se pudesse só queria maminha, principalmente se está doentinho, mas a mamã insiste e ele come um bocadinho. 

Por agora seguimos num caminho sem açucares adicionados, com legumes e frutas biológicas quase sempre, com carne e peixe que achamos serem de qualidade. Seguimos sem fundamentalismos e  somos flexíveis. 

Já me esquecia, muitas vezes quando saímos mais que um dia, come potinhos de comida, e gosta, tentamos escolher os biológicos e com menos conservantes, sabemos que não há nada que chegue a comida caseira, (sabemos que estamos na lista dos piores pais por isto) mas às vezes também nós vamos a uma cadeia de comida rápida e o que é que nos acontesse para lá de termos de correr mais na passadeira do ginásio? -Nada... Diz que a vida é mesmo assim. 

 

As mães agradecem a quem sabe sempre tudo sobre ser mãe e sobre ter filhos em especial sobre os filhos dos outros. Muitas vezes é mesmo isso agradecer e depois não ouvir, nem reter e seguir por diante. 

Haverá sempre quem saiba tudo. Haverá sempre temas difíceis, a alimentação é só um entre muitos, haverá sempre quem critica e diga que está certo ou errado o que tu estás a dar de comer ao teu filho. Porque melhor é dar muitas bolachas, papinhas de sabores e daqui a nada um suminho de pacote no biberon porque é doce e ele bebe melhor que água... para não ser como quem sabe tudo, resta-me dizer: cada um é que sabe dos seus bebés! 

Em suma dar de comer a um bebé pode ser um grande aventura!

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13
Mar18

8

Carolina

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8 meses, mais de kgs nele e em mim e temos um miúdo que já sabe o quer e o que faz.

8 meses já diz mamã, papá, olá e uma serie de outros sons juntos em quase palavras. 

8 meses de maminha para os 2, uma vitória ter chegado até aqui e termos passado esta barreira (tendo em conta que jogamos às escondidas com o suplemente e as enfermeiras na maternidade).

Rebola, gatinha para trás e manda -se em voo para a frente. Este é o Xavier a creser.

Chora com um não é um olhar sério. Tenta rir quando faz asneiras para ver se passa sem ralhete. Encosta a cabeça para receber mimos, adora estar de pé! Adora brincar com o pai. 

Sabe quando vou sair de casa, fica mais ancioso quando regresso e procura-me mais. 

O meu passarinho ainda há um ano passeava na minha barriga em Nova York, já se passeia no chão da sala. 

Tem a melhor gargalhada do mundo, é de sorriso fácil, olhar meloso , é simpático. 

8 meses e não vou falar que ficou doente pela primeira vez, que me dá as piores noites da sua historia (e da minha também). Não vou falar das costas de idosa com que me pôs, do cabelo que continua a cair, da fixação que tem cima minha pele.

8 meses a vê-lo ser fora do forno que o cozinhou com tanto amor. 8 meses a dar-lhe a segurança que precisa para voar mais alto.8 meses de uma mãe que aprendeu há tão pouco tempo a voar.

 

08
Mar18

As mulheres da minha vida!

Carolina

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Estava a acabar um post sobre os 8 meses do Xavier que comecei a escrever à uma montanha de tempo, quando me lembrei que hoje é o dia da mulher!

Não sou fã do dia,(nada mesmo) mas percebo o seu significado num mundo onde tantas vezes as mulheres são penalizadas, mal tratadas, discriminadas e por aí fora, por outras pessoas, pessoas como elas. 

Depois, apeteceu-me escrever sobre as mulheres da minha vida. 

As que tenho no pensamento, as que às vezes me preocupam, as que tenho saudades, as que tenho por perto, admiro e caminham de algum modo comigo. 

A minha avó Carolina foi sempre mais que a minha única cliente no meu cabeleireiro improvisado na sua sala aos meus 4 anos. Criou os filhos sozinha, depois da sua melhor amiga lhe ficar com o marido. Homem do qual nunca a ouvi dizer mal. O meu pai é fruto duma educação com muito amor mas também responsabilidade. A minha avó é um exemplo, é ainda hoje uma amiga que trato por tu. Ouço as suas dicas e conselhos e sou muito feliz por a ter, mesmo quando me faz repetir a mesma coisa vezes sem conta, porque a sua cabeça já não é o que era. 

Quando penso que um dia destes a vou perder, mesmo estando longe dela, os meus olhos brilham com lágrimas, conforta-me saber que fomos felizes juntas, em muitas fases da minha vida. 

Da minha avó materna, mãe de 8 filhos, num tempo em que pouco havia para comer e as mulheres casavam aos 16 anos, para sairem de casa, guardo a independência, a teimosia e a coragem de viver à sua maneira até aos 90. Mostrou-me que podemos sempre fazer alguns coisas como queremos e ter sucesso.

A minha mãe, entre uma infinidade de coisas que podia dizer, é a minha mãe. Está por aqui no bom e no mau, sempre. Dizem que lhe herdei o mau feitio, talvez seja verdade. Acho que lhe herdei a exigência que ponho nas coisas e muitas vezes o excesso de compromisso e expectativas. Espero ter herdado a sua força para o resto da vida. Espero que ela possa ver-me forte por muito tempo. 

Mulheres de família, não as escolhemos para o nosso caminho, mas fica mais fácil caminhar quando elas escolhem ajudar-nos sempre.

Perto do coração por opção e admiração tenho o que Coimbra me deixou, uma amiga do Norte e a maior do meu coração que sonho sempre ter mais perto, que mesmo entre tantas distâncias sabe de mim, das minhas coisas, do meu coração. Queria estar com ela mais vezes.Um exemplo de superação, reinvenção, de personalidade forte vai dando cartas à vida e ao que a vida lhe pões pela frente.  Uma Carolina como eu, companheira tantas vezes e tantos momentos que ainda hoje está sempre por aqui, mesmo quando não nos vemos. Uma super mãe, uma super profissional, uma corredora de dias com muitas horas, um exemplo de coragem. Mulheres que entraram na minha vida e ficaram. 

Mulheres que escolhi ter comigo, portos de abrigo, pedaços na minha alma, palmas das minhas mãos. Amigas de há anos que parecem que me acompanham desde infância, são as que tenho a sorte de ter por perto. 

Uma Sónia que é a Santa Casa da Misericórdia de quem tem por perto, o melhor dos corações, a pessoa que nunca diz não, que se parte em mil para chegar e agradar a todos, a pessoa que conheço que merece o melhor de todas as vidas, a quem digo para não se esquecer tanto dela. Um exemplo de passar por muito e continuar de pé. É um dos meus amores, não a largo, não a dou, não a quero longe nunca mais. Um Tatiana que me leva pelo mundo com ela, nas conversas, nas ideias nos desabafos e nas saudades. Veio com a Sónia e ficou pela minha mão. A falta que me faz a sua companhia, a sua presença por aqui, saudades que vamos matando nas conversas, nas fotos partilhadas, no contar dos dias para nos vermos. 

Do trabalho para a Vida ficou a Sara, a menina mais bem formada que conheço. De valores fortes, de atitude irrepreensível de coração gigante. Louca como eu de sorriso fácil, entrou e ficou, sabe sempre de mim, quer sempre saber de mim e dos meus, faz parte de mim e dos meus.

Das pessoas que já não estão, fiquei com a Marta, uma mãe que é um exemplo, uma prova que devemos seguir os nossos sonhos, uma empreendedora e trabalhadora inteligente que admiro mesmo muito. Sabe tanto de tantas coisas. Inspira-me a seguir os meus sonhos e a não desistir nas primeiras adversidades. Faz-me acreditar que mesmo quando não achamos que não temos mais forças as vamos encontrar e somos sempre capazes de aguentar ,sobreviver e esperar o melhor. Sabe como estou sem falar comigo, ou mesmo quando não falamos muito, sabe que sou tonta e sentimental demais. Foi a primeira a saber que ia ser mãe, a ver o meu pânico, segurou a minha mão enquanto o fanico do Xavier quase se perdia. Segue no meu coração, na minha vida e na vida do meu filho. 

Estas são mulheres que tenho, que escolho ter, que admiro, por quem rezo todas as noites quando incluo os meus nas minhas orações. São exemplos diferentes, pessoas diferentes e mulheres que se construiram, que singraram na vida, cheias de projetos, cheias de outras pessoas, de sorrisos de famílias maravilhosas, de viagens de histórias para contar. 

São as mulheres estão na minha vida. Outras ouve que entraram e se perderam, partiram, ou as deixei partir, muitas vezes tão ou mais importantes que estas. Mulheres que e ajudaram a ser mais calma, menos nervosa, a controlar os palavrões, a agradecer mais, a ver o lado mais positivo das coisas e a aprender que muitas vezes não faz sentido continuar os mesmos caminhos. Mulheres que admirei e recordo como pessoas que me ajudaram também a ser a mulher que sou hoje. 

Há ainda muitas outras, amigas, colegas, conhecidas e familiares, profissionais, com quem nos cruzamos, com quem vamos ficando, muitas que admiro, pela carreira que construiram a pulso, por serem mães de muitos filhos, por terem 2 empregos, por serem jovens promissoras, pessoas felizes e boas que partilham e nos mostram o bem. Perdoem-me essas pelo destaque a algumas especiais, que mais vezes me ocupam o pensamento, me afagam as dores, me dão colo. 

Num mundo onde pouco elogiamos, onde cobiçamos mais do que partilhamos, onde o sucesso é tão criticado, eu admiro e gosto destas mulheres com quem me cruzei e que por aqui ficaram. 

Num mundo onde é tão difícil conseguir encontrar a felicidade, eu sou feliz quando estas mulheres são felizes, com elas partilho sem medos o pior e o mais feliz que tenho, sem acreditar que ser feliz traz mau olhado, invejas ou azares. 

Estas mulheres da minha vida, estas minhas mulheres que tanto estimo são especiais de corrida, são as melhores e por tudo o que são para mim, nunca poderiam ser homens. homem nenhum, por mais especial que  me seja me daria o que cada uma já me deu! 

Há coisas que só as mulheres são, que só elas fazem, que só elas sabem. 

sorte em ter mulheres assim neste caminho. sou-vos grata!

 

 

 

 

07
Mar18

As papas do Xavier!

Carolina

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Doentinho e sem vontade de comer, em especial coisas quentes. A rejeitar a chucha, o gel calmante para os dentes e sem abrir a boca por nada. Assim tem andado o nosso menino. 

Agarrado à mama, a maçãs inteiras e ao meu colo. 

Destes dias numa tentativa que comesse, resolvi reforçar a papinha do lanche e servir algo fresco. 

Comeu, sem muita rabugice e não muita quantidade. Fico tranquilo que foi o mais importante. 

Deixo a receita da Papa bio de batata doce e manga que fiz para o lanche e para o jantar, pois rejeitou a sopa novamente. 

- uma batata doce cozida

- meia maçã cozida 

- 2 colheres de sopa de farinha de aveia e arroz ( tenho blocos bio que trituro e misturo para fazer as papas dele quando não tenho tempo de demolhar)

- uma fatia de manga 

Cozer a maçã.

Cozer a batata. 

Retirar e reservar. 

Num pouco de água da cozedura da maçã cozi a farinha de aveia e arroz alguns minutos. 

Deixei arrefecer tudo. 

Antes do lanche misturei a manga ao natural, triturei e dividi em duas doses. 

Ele gostou muito. 

Também já fiz com farinha de côco que não necessita ser cozida e papaia em vez de manga. A batata pode ser substituída por abóbora! 

Tenho papas de caixa cá em casa para uma pressa, as que escolhemos para lhe dar são  as da marca holle, mas procuro sempre dar as minhas papas caseiras. Esta receita funcionou muito bem e confortou o estômago do pequenino! 

 

 

04
Mar18

A falta que a minha mãe me faz!

Carolina

O último mês não tem sido fácil.

Alguns compromissos assuimidos, o Xavier agitado e chorão ,a perceber que não vou ficar em casa, e o pai que me substituí na tarefa de ficar com ele, doente.

Nos entretantos, junta-se ao pai de baixa e febres altas, os dentes do miúdo, uma irritação na garganta e febres altas nocturnas, que me impedem de dormir mais de duas horas por noite e mais de 40m seguidos.

Não tenho capa de super mulher, nem uma varinha mágica. 

A nossa casa parece doente, entre a desarrumação, a roupa no estendal que me “esqueço” de apanhar e a que se acumulou para passar.

Sinto-me perdida na desarrumação. Tento retomar a minha actividade mental, mas sinto-me lenta e preocupada, com os meus miúdos, com a casa, com o jantar, com tratar da imunidade do mais velho que agora anda sempre doente e ajudar o Xavier a dormir sem dores ou rabugice.

Dou por mim a correr no meio do caus.

Dou por  mim a concluir que todas as mães pais solteiros são super heróis, sem capa nem varinha mágica.

Dou por mim a pensar na falta que a minha mãe me faz por perto. 

A falta que sinto daquela ajuda, aquela panela de sopa para o jantar, a carne fatiada no friogorifico dividida em caixas para 2 ou 3 refições, a roupa passada a ferro. 

O ar que me daria essa ajuda, a sanidade e a tranquilidade com que podia vencer melhor esses dias dificéis.

Nunca pensei pensar isto, nem dizê-lo, sempre fui muito independente, mesmo no tempo de faculdade ía a casa quase sempre um vez por mês e gostava de cozinhar a minha comida. Sempre me peguei muito com a minha mãe, muitas vezes me arrependia de falar das coisa com ela, muitas vezes o voltava a fazer. Sempre fomos de feitios dificeis, seguimos assim, há quem se ame dessa forma. 

Confesso nestes dias, gostava de sentir mais dois braços lá por casa, daqueles quase invisíveis que por magia deixavam a comida no forno e faziam desaparecer a roupa suja do cesto e nos deixavam viver a nossa vida mais serenos. 

Não dúvido que estes braços seriam  os da minha mãe.

Como seria bom que os meus pais  vivem-se aqui mais perto. Para partilhar estes dias dificéis, para viver outros mais felizes e até para nos zangarmos mais, toda a gente sabe que os pais e as mães às vezes são chatos, os meus são... e não digo que são por mal, só digo porque estes pequenos embates fazem parte de famílias onde se fala muito, mas mesmo muito de  todas as coisas!

Entre a fala que sinto e a realidade, resta-me fazer o que fiz há uma semana atrás.

Carrego o carro de roupa, ao estilo férias de 2 meses, faço-me ao caminho, regresso ao estilo férias grandes de verão, com a roupa passada e lavada, comida feita, um pouco melhor dormida e mais feliz depois de um escapadinha a dois com o menino mais velho que entretanto melhorou.

Diz que entre muitos azares se encontra a sorte. Esta é a minha, tenho por lá os braços mágicos e o conforto de quem me quer bem todos os dias , mesmo quando longe pouco possam fazer.

Todas as mães deviam ter as suas mães por perto, até serem mães mais crescidas. Não diaviamos viver a maternidade longe da magia de quem nos podia ajudar a ir onde os nossos braços não podem chegar!

 

grata pelos pais que tenho, todos os dias, mesmo quando sinto que me fazem falta, mesmo quando nos chateiam 20 vezes com o mesmo assunto, mesmo quando dizem o quer não quero ouvir.

Hoje sinto e digo muitas vezes: a falta que a minha mãe me faz!!

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02
Mar18

primavera apressa-te o mundo precisa de Ti!

Carolina

 

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Não durmo bem vai para 5 semanas, isto para não dizer 8 meses.

O meu cabelo é um ninho de ratos a maior parte dos dias. Como para esconder o cansaço, logo não emagreço e não me sinto muito feliz por isso. Não consigo ir ao Ginásio desde Janeiro. A minha roupa anda quase sempre entre o modo  desporto e o desportivo.

Trabalho em casa nas horas que devia estar a dormir, nas outras tento que a casa não se pareça com um circo assaltado por leões esfomeados.

Não me lembro da ultima vez que calcei saltos altos, me produzi para uma saída à noite com direito a dançar e alguns copos. Há dias que acho que a senhora da farmácia é a minha melhor amiga, é aquela que me pergunta como vão as coisas e não mora comigo. Há dias que o meu mundo sou eu, o instagram e o miúdo, outros há em que acho que não existo para ninguém.

Há dias há que nada mais faço que dar colo e mama. 

Há dias que seguro lágrimas outros em que nesta solidão maternal partilhada com um filho, rio muito. Há dias em que me lembro de quem gosto, mando mensagens, remeto saudades, mesmo que muitas vezes não tenha resposta. Há dias que me esforço para ser feliz, outros que me esforço para não ser um bicho zangado e rabugento, que só queria um sofá, um pijama, uma tarde de domingo, um café com as amigas.

Mas pronto, esta solidão é bem acompanhada, apesar de não conseguir ir comigo para as compras, o puto estar chato com os dentes, e me sentir inutil quando penso que tenho levado muitos dias em casa... 

Antes que me respondam ou digam. Eu digo a mim própria: ninguém me mandou ter um filho! Agora aguenta-te. Segura-te e não reclames muito! Aguenta-te e se pensares em ter outro, já sabes é assim em dobro e mais o factor surpresa, vai que vem um que para lá de não dormir, também não come...

Mas nestes dias onde muitas vezes me sinto miserável, a pior, a mais chata, a mais triste, e me esforço para entrar em contraciclo e olhar para o lado mais positivo das coisas. Paro e olho à minha volta e percebo que ao meu redor há sempre quem esteja mais rabugento, mal humurado, mal disposto e talvez até mais triste do que eu. Vamos assumir que a culpa é deste tempo.

Nestes dias penso, primavera, apressa-te este mundo precisa de ti.Este mundo precisa de rabugentos e mal dispostos felizes... Achas que podes ajudar-nos?

 

(by the way, antes que alguém, ouse pensar o contrário, amo o meu filho, muito mesmo, mesmo quando durmo. Mas confesso rezo todos os dias para que isso aconteça)

01
Mar18

Filhos da Mãe dos dentes!

Carolina

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Recebemos março aos gritos!

Noites em que gostamos de acordar os vizinhos foi o que tivemos por cá. A casa estremecia com os gritos do Xavier desconsolado, sem ben-u-Ron, gel bocal, mama ou colo que valesse. 

Este pequeno tem as gengivas do tamanho de um camião cisterna, não quer nada na boca para lá da mama, nem a chupeta, que agora cospe.

Só quer o meu colo e às vezes nem por lá se acalma. Irrequieto parece uma enguia de olhos inchados de tanto chorar. Às vezes choro com ele porque não sei mais o que lhe fazer e dou por mim com as lágrimas a cair.

Março cá em casa começou como o tempo que faz lá fora, em modo temporal . Saí de casa de manhã e ele ficou a gritar no colo do pai, fui com o coração em todos os lugares menos no lugar devido, passei a manhã a pensar como estaria. Descansada porque a afagar-lhe as lágrimas e a mimar a dia for ficou o pai. Cheguei e estendeu os braços para mim e o sorriso rasgado de quem viu o sol, entre a sopa que comia e o mar de baba dos últimos tempos. Tem estado rabugento e queixoso e eu estou por aqui, com ele, esperando que a cisterna rebente e deixe sair os dentes! Estamos os 2 fartos de tanta cerimónia para estes filhos da mãe saírem e já custa vê-lo assim!

 

 

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