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Passa Por Lá

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31
Out17

Coisas que não sabia antes de engravidar! #1

Carolina

Antes de engravidar existe um mundo que de coisas que não conhecemos, nem imaginamos e quase de certeza não ouvimos falar, se ouvimos não prestamos atenção. 

Costumo dizer, que são aquelas coisas que ninguém nos diz, nem convém falar delas muito alto. 

Verdade, verdadinha, quer a gravidez, quer a maternidade,  na maior parte das vezes, são uma fase linda, única, maravilhosa em que as mulheres ficam radiantes, mas muitas coisas que chegam depois, outras tantas acontecem e nem sempre são assim tão boas. 

Ninguém nos diz que amamentar dá uma fome de loucos, só nos dizem que emagreces num instante... (se passares fome claro). Não dizem que as moscas e os cães adoram o cheiro a leite e nos melgam um bocadinho, não dizem que os teus pés crescem e podem crescer muito... que a privação de sono nos pode levar à loucura.

Basicamente há todo um simples romance em volta da gravidez e do nascimento de uma criança que não se deve incomodar com estas pequenas coisas, que eu não sabia antes de engravidar. 

Coisas pequenas, verdade, mas que para a mulher que também é mãe, nem sempre são muito agradáveis.

Antes de engravidar não imaginava que no pós-parto iria ficar careca. Mal sabia que o cabelo tinha tendência para cair. 

Foi já grávida que li qualquer coisa sobre o tema e ainda sobre as hormonas que precisam de tempo para se organizarem novamente. 

Mas apesar de ter lido, não imaginava nunca que ia ver cabelos aos molhos na almofada, no chão da casa, na escova, na roupa, nas mãos do miúdo. Um simples banho chega para deixar o ralo coberto. Ver o cabelo assim cair é terrível.

Há umas semanas atrás foi assustador. Grandes mexas a deixar a descoberto entradas e o minha cabeça também. 

Procurei inicialmente algumas dicas mais naturais e caseiras, mas quase todas já estavam no rol do que vou fazendo mesmo sem a queda,  

. comer muita gelatina e alimentos proteicos

. passar água fria no final do banho (que não deve ser muito quente)

. massajar com óleo de coco

. colocar folhas de gelatina nos batidos de fruta e vegetais. 

 

Com a queda a aumentar muito, em especial depois dos 3 meses, tive de tentar algo mais forte. Encontrei algumas referencias a produtos com bons resultados, embora estivesse condicionada  pela amamentação. Percebi ainda que qualquer tratamento mais longo pode ser um rombo para a carteira. 

Inicialmente apostei num shampoo mais barato, da Garnier acabou por ir para o saco do ginásio, onde confesso tenho ido pouco, depois noutro mais eficaz de uma marca bem referenciada: Ecophane. Sem muitos resultados visíveis na minha cabeça, mas pequenas melhorias, na quantidade de queda. 

Acabei por comprar um tratamento de ampolas para 3 meses, da Kerástase, compatível com a amamentação, que vou complementar com shampoo da mesma linha e esperar que os resultados comecem a aparecer. para bem da minha cabeça, do meu aspeto e do dinheiro que gastei.

Ver-me sem cabelo, muitas vezes sem ter tempo para o lavar e entre as coisas da casa e do bebé, não é algo que torne os dias agradáveis. É verdade que toda a gente diz que passa e  melhora, que as hormonas se equilibram e a época da queda também passa. Mas também é verdade que é bem melhor tentar travar estas coisas. 

- Quem é que tem vontade de sair de casa e ouvir, estás a ficar com entradas?

Ninguém, certo. 

Ficamos melhores connosco próprias e mesmo com pouco tempo, tratamos um pouco de nós. 

Ninguém nos prepara para estes desafios da mulher depois da maternidade, são estas pequenas coisas que muitas vezes só sabemos depois de passar por elas... Talvez porque ainda se ache que perto de um bebé a crescer são coisas sem importância nenhuma. Eu, no entanto, continuo a crer que bebés saudáveis e felizes são aqueles com mães e pais felizes por perto, tenho a dizer-vos que há coisas muito piores, mas ver-me perder cabelo de forma bruta, sem fazer nada e sem melhorias, não me estava a trazer felicidade nenhuma...mesmo. Assim sendo achei melhor atacar já isto e pronto! 

Agora só espero que funcione. 

amamentação_ queda_de _ cabelo.jpg

 

 

 

 

21
Out17

As minhas noites - são como ele quer...

Carolina

Não sou uma daquelas mães sortudas que conta a todos os ventos que o filho dorme noites inteiras quase desde que veio para casa. Definitivamente não tenho o anjo do sono em casa. 

Quer dizer, tenho um, mas não é o meu filho, não sei se é por ser impossível existirem dois nos mesmos metros quadrados (nem depois de pedir muito,acreditem que pedi, que no sono ele saísse ao pai, tal não aconteceu). 

Como faço a amamentação em livre demanda, ter horários muito rígidos é difícil, mas na verdade há dias em que as coisas se mantém mais ou menos iguais. Certo é que se às vezes se trocam as voltas dos horários dos dias, nunca sei mesmo como vão ser as noites, por muito que seja fiel à rotina do sono. 

.Banho antes do período critico ou rabugento, já com média luz. 

.Conversa suave ou história enquanto passamos um creme hidratante com uma leve  massagem. 

.Boas noites ao pai e já não saímos do quarto. 

Maminha, ás vezes adormece outras vezes ganha pilhas, e ali ficamos até adormecer, que pode demorar 10 minutos ou 40. 

Certo é que até acordar podemos esperar 3 ou 5 horas, nunca sabemos, depois disse por norma quer comer de 2h em 2h ou 3 em 3. Lá me vou aguentado. 

Começou a ficar mais fácil quando começou a fazer as primeiras 5 horas seguidas, mas volta na volta esquece tudo e quer mamar quase a seguir a ter adormecido.

Já tentei algumas coisas, como mudar a hora do banho, já percebi que ficar acordado todo o dia não é solução para dormir mais à noite, sigo a máxima que um bebé bem alimentado durante o dia, mama menos de noite e até já tirei leite meu para um biberon para reforçar a ultima mamada. 

É oficial e concluo, que o meu piolho não passa fome, mas não o maior fã do sono, muitas vezes às quatro da manhã quer iniciar uma grande festa e mesmo à só com uma pequena luz de presença discursa para o prédio inteiro, cantarola, dá gritinhos e até faz a sua tosse falsa. Às quatro da manhã ele acha que é uma boa hora para mostrar todas as habilidades que já tem, por muito que explique, embale, vá para a bola de pilates, ponha chucha o rapaz  não percebe que são horas de dormir, até bocejar, esfregar a cara com a fralda e começar a rabujar. 

Apesar de ele ser dono das minhas noites e eu me sentir um cocó devido a esta privação de sono, que me deixa mole, rabugenta e sem forças nas primeiras horas da manhã, as coisas têm melhorado muito no que respeita o sono dele. 

E eu, eu vou-me orientando, o que significa fazer tudo o que nos dizem que não se faz, como tira-lo do berço e levá-lo para junto de mim. 

Digam o que disseram, que fiz mal, que é mau hábito, e isto e aquilo, que nem consigo enumerar bem, o meu filho acalma-se encostado ao meu peito, enroscado a mim, perto da mãe, a sentir o meu cheiro, muitas vezes quando rabuja de pouco mais precisa de que esta noção de segurança e mimo que o protege, que o faz voltar a dormir. 

Para lá disso se posso abraça-lo, aconchegá-lo num instante e os dois dormirmos de seguida calmamente, ganhamos os dois. Ele treina os seus sonos mais longos e com menos despertares, eu descanso mais e sou uma mãe menos rabugenta e cansada ao outro dia de manhã.

Confesso que o tema do sono é quase como o tema da amamentação, não gosto muito de falar sobre ele, principalmente com mulheres. Mulheres significa mil receitas e opiniões que muitas vezes só servem para nos baralhar e por o nosso papel em causa e à força nos querer mostrar os nossos erros. 

Assim quando me perguntam: Ele dorme bem? Dá boas noites? 

Fico-me por um mais ou menos ou sim, acorda para mamar. 

Sem ser mentira, não dou aso a receitas, opiniões, dicas sobre horários, leite, fome ou sorte ou azar de ter um filho a dormir 10h seguidas numa noite má e sermos nós uns ets porque na nossa casa não é assim e se não é, estamos a fazer alguma coisa mal.

Não sei se estou a ser branda demais ou pouco dura com este tema, mas cada bebé é um bebé e seguimos a fazer com o Xavier o que é nos parece melhor para ele e para nós também.

O Xavier te quatro meses, nem me posso queixar que faça birras ou chore durante a noite, gosta de mamar, acorda quando quer e não se preocupa com o tempo. Faz festas durante a noite e confesso, que mesmo louca, despenteada e a desejar profundamente dormir, derreto-me quase sempre quando quer conversar às tantas da manhã e no escuro me procura com as suas mãos. 

O Xavier é um pequeno menino que domina as noites lá de casa. E sim, as minhas noites são como ele quer e eu ando sempre a tentar que sejam mais fáceis.

 

 

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12
Out17

Quase 4 meses depois, começo a ter uns dias meus!

Carolina

Ouvimos dizer muitas vezes e muitas vezes dizemos: estou  a precisar de uns dias só para mim... 

Neste momento, cá em casa, embora não o verbalize muitas vezes, sabemos que bem precisava de um tempinho, para dormir, fazer umas arrumações, ir ao ginásio de forma mais regrada, sair para passear, ou simplesmente não fazer nada. 

Muitas vezes a minha cabeça também carece de alguma actividade e sente-se da falta da turbulência dos dias agitados, mas cada coisa a seu tempo.

Neste momento, sabemos que estes tempos implicam ginástica e muita colaboração, para que o príncipe se sinta feliz e contente no seus dias e consigamos manter as suas rotinas. 

Não tenho muito tempo para dormir, não consigo dormir durante o dia, ainda não me habituei. Tenho ido algumas vezes treinar, não tantas como gostaria mas já comecei a fazer umas coisinhas só comigo. Falta mesmo o descanso, mas muitas vezes entre uma coisa e outra, acabo por preferir fazer algo e esperar que as noites sejam melhores. 

O Xavier tem quase quatro meses e entre a ginástica necessária, a vontade para fazer algumas coisas e o tempo que realmente tenho, começo a ter momentos no dia em que faço ou vou para algum lado sozinha. 

Mais que dias meus, começo a ter aqueles momentos em que vou fazer alguma coisa sem Xavier. É verdade que com alguma preocupação, às vezes até com alguma saudades, mas com a tranquilidade de quem se sente bem, nestes pequenos passos de regresso à autonomia.

Quatro meses depois, já consegui almoçar e passar a tarde com as amigas, ir ao shopping trocar umas coisas que comprei online, tirar uma manhã inteira para cabelo, unhas e massagem. 

Penso muitas vezes que estes momentos só são possíveis porque me coordeno com alguém, nem sempre é fácil aceitar as contingências, mas podermos ter estes momentos é muito positivo e sinal que as coisas se alinham para que novas rotinas familiares se instalem.

São pequenas coisas, mas coisas que ajudam a que um mãe de primeira viagem no fim de uma semana, se sinta para lá de mãe, pessoa, mulher, e que entre fraldas, roupa e mamadas, consegue ter um bocadinho do que tinha antes da criança nascer.  

Não tenho os pais ou familiares perto, mas salva-me uma bomba extratora de leite, os biberons da medela e os horários do pai da criança que cuida dela tão bem como eu. Confesso que me sossega sair de casa e deixar dois rapazolas no namoro, pouco importados se vou demorar uma hora ou 4.

Sinto que o Xavier é uma criança com sorte por conseguir estar tanto tempo na companhia do pai e da mãe nesta fase.  

Nestes últimos dias tenho conseguido sair, ir ao cabeleireiro, arranjar-me um pouco mais, almoçar com amigas e apanhar um pouco de sol de forma despreocupada. 

Agradeço ao S. Pedro este verão de S.Martinho antecipado. Agradeço eu e a minha sanidade mental. Este sol e esta Lisboa juntos ajudam a recarregar a vitamina D que este ano me faltou. 

Não agradeço ao pai da criança, porque sabemos os dois que juntos somos uma equipa a fazer bem o nosso papel de pais para que a balança se equilibre e esta família de 3 seja saúdavel e feliz, mas ajuda muito saber que ele tem um jeito especial para tomar conta do filho, ajuda muito poder sair de casa na certeza que estamos todos bem. 

Pouco a pouco, quase 4 meses depois, começo a ter dias meus, dias em que mesmo quando saio só, num vou ou regresso sozinha!

 

 

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03
Out17

As noites!!!

Carolina
Às vezes fica com o pai, longe do quarto, na alcofa ou no colo, dormem os dois umas horas. Não é muito bom para as rotinas, mas uma mãe estoirada, mal humorada com falta de sono também não é. Lá vem, depois, o pai com ele nos braços para mamar e o deixa ficar por minha conta o resto da noite.
 
 
Estas horas, sejam 2 ou 3 ou mais, valem ouro. Despreocupada consigo dormir e acordar sem me lembrar com o que sonhei, o que quer dizer que dormi, verdadeiramente.

Às vezes ele dorme cinco horas seguidas, às vezes nem duas... As noites são sempre diferentes.

O pai mudou de trabalho e às vezes ficamos só os dois. Noites inteiras de cama só para nós. Viva o ninho que deixa que ele fique ali pertinho e mesmo à mão para o aconchegar e alimentar. As noites que nunca mais passo sozinha não são fáceis, o pai não está para trocar aquela fralda enquanto eu respiro aqueles minutos, o pai não está para uma massagem que alivie as cólicas, ali ficamos só os dois e a noite, entre a hora de mamar, o meu sono e o teu, entre a minha vontade de dormir e o teu  bem disposto e conversador despertar entre as seis e às sete da manhã. Alguém te podia explicar que a essas horas ninguém brinca, ou canta, tirando uma ou outra pessoa a sair do lux, ou um madrugador a sair para trabalhar, a cidade ainda dorme (apesar o meu filho achar que não).

Em quase todas as noites o meu sono não pega, fica leve como penas, está sempre à escuta, sabe decifrar o teu respirar... As noites nem sempre são fáceis. Sinto-me a despertar logo depois de adormecer e às vezes sinto-me dormente, meia perdida a vaguear, interromper os ciclos de sono tem destas coisas.

As noites não são fáceis, mas são nossas. Passam a correr, que nem o meu sono, que acreditem é muito, as pode parar.

As noites essas que nunca mais me deixaram dormir igual, logo a mim, que nunca fui pessoa que adorasse dormir.

 

As noites, algumas em que sonho dormir noites inteiras, mesmo quando antes não precisava de as dormir.

As noites, muitas em que ficas ao meu lado quentinho e te perdes da tua própria fome por mais uma horas. Horas mágicas de soninhos bons em que o único que dorme mesmo bem és tu... e a única que fica por ali entre o dormir levezinho ou o  quase a dormir, sou mesmo eu.

As noites, esse desafio para quem é mãe e pai, para quem tem cérebro e corpo, vida e coisas para fazer... e quase sempre, mesmo com muito sono acaba por conseguir, sobreviver e viver depois de todas elas!

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