Assim que nos deixam com um filho no peito, começa a nossa tarefa de ser mãe. Começa também o nosso julgamento pela sociedade, pelas mulheres no geral, principalmente as que nos são mais próximas.
Há três semanas que acredito ser aquela que protege, acalma, aconchega, acredito que sou o prolongamento de 9 meses de quentinho de um bebé que ainda há pouco tempo nada mais conhecia que os sons do meu corpo e o calor da minha barriga.
Assim que os nossos filhos saem cá para fora, nós mães e pais somos inundados com dicas, concelhos e muitas regras que supostamente faram de nós super mães e vão fazer os nossos filhos uns robots facéis de tratar (ou pelo menos é esse o desejo).
Posso dizer que assim que tive o meu filho nos braços decidi ser um mãe teimosa. Seguir o meu instinto,acreditar que de alguma forma, em qualquer momento vou acabar por encontrar uma solução, encontrar a forma mais correta de fazer as coisas, mesmo que não o consiga na primeira tentativa.
No primeiro instante que olhei para o meu filho, disse-lhe: a mãe está aqui, vai proteguer-te, cuidar-te, estar a teu lado e dar tudo para que possas ser feliz. Comprometi-me pra uma vida toda.
Logo nos primeiros dias, ainda que com visitas muito restritas, visto que conseguissemos que os nossos amigos e familía respeitassem a nossa vontade e nos dessem tempo para nos adaptarmos e tempo ao bebé para crescer mais um pouco, e se proteger de algumas doenças,(situação que agradecemos desde já) recebemos muitos comentários opostos a tudo o que decidos fazer e avessos ao que já estávamos a colocar em prática.
Não sei a mãe que vou ser aos olhos dos outros, nem o que os outros, que nos dão as famosas dicas podem pensar da mãe que me estou a tornar.
Sei que sou a mãe teimosa que não quer saber ou ouvir quem diz:
- deixa-o-o chorar um bocadinho.
- estás a habitua-lo ao colo.
- não lhe des mama antes de fazer três horas.
- não o acordes para mamar.
- não deixes que seja ele a controlar tudo.
...
Um bébe depois de passar 9 meses colado à mãe que vamos ser, quando nasce só sabe comunicar pelo choro. O choro que nos chama, que nos pede para estarmos junto a ele, que acalma quando sente que estamos lá, para o seu conforto, para os acompanhar, dar colo, mimo, e todos os dias fazer deles crianças felizes.
Tenho sido um mãe teimosa, teimosa no que respeita o seu cuidado, respondo aos seus suspiros e iminentes choros, emabalo, canto para ele, deixo que durma horas seguidas no meu peito, dou-lhe de mamar quando ele pede, não o deixo sozinho a chorar em escalada, rumo a um stress que nada bem lhe fará, aa não ser gravar-lhe memórias de quem quando chorava ningúem o ouvia, ninguém chegava até ele.
Acredito um pouco no nosso pediatra que entre outras coisas, nos recomendou para as colicas, dar colo, muito colo.
Sou esta mãe que quase fica de coração partido quando o ouve chorar sem parar depois de ter tentado todos os carinhos, embalos e colo, e só quer ter a certeza de que ele está bem, sou a mãe que canta horas a fio olhando para os seus olhos que lutam entre o despertar e o dormir. Sou uma mãe que tem dias que nada mais faz que estar com a mama de fora pronta para o alimentar, para o deixar mais calmo antes de adormecer.
Acredito que teremos tempo de criar as nossas rotinas, e as dele, assim que mais adpatado a este mundo, onde chegou ainda antes do tempo, se sentir. Acredito que esse tempo não é agora.
Teremos tempo para regras, costumes e boa educação e para scriar um filho independente, afinal crianças capazes de decidir, expermientar, fazer e querer ir mais além, são crianças felizes, acarinhadas, seguras e certas do seu porto de abrigo, e não crianças sós, que choraram na solidão de um berço que supostamente as ensinou a estarem sozinhas.
Não tive um filho para ele estar sozinho, se sentir sozinho e triste, mas sim para que queira descobrir o mundo com a certeza de quem tem por perto.
Mães, avós, tias, primas, sogras, amigas que com os vossos filhos tudo fizeram para chorarem sozinhos até dormir, só mamassem ao cair de 3 horas, ou que seguiram planos de revistas cor de rosa que ensinam os bébes a dormir, respeito, mas escolho para o meu bébe o mimo, o colo, o aconchego, a resposta imediata, o meu corpo junto ao dele, mesmo que podre de sono, ou em desespero. É a mãe que quero ser.
Sem dramas, sem fundamentalismo, sem regras inflexiveis e com carinho, seguimos cá em casa com a atitude que nos parece mais ajustada a nós e ao nosso bebé.
Somos todas diferentes, os nossos filhos também, em acredito que posso criar um bébe feliz, mesmo que seja feliz só na maioria das vezes.
ser mãe aos olhos dos outros é agora o que menos importa, ser a mãe dele, ganhou toda a minha atenção...