25
Abr15
liberdade
Carolina
liberdade é como uma sorte grande, mas maior...
é escolher tratar de nós, dos outros, do mundo, é escolher poder viver o que se escolhe!
liberdade é correr por caminhos novos, voltar e repetir os antigos, é um som de abril que emerge nos corações que quem o sente no vento que passa, na chuva que cai.
a liberdade é simples, sabe a ventos do norte e a brisas de sul...
liberdade maior é ser como sou, respeitar-me por isso, aprender a amar-me... liberdade é um amor maior, é escolher o que se ama, e amar, amar muito, porque pode o amor verdadeiro, ser errado, estar enganado? a liberdade diz que não...
liberdade é ter as ideias de esquerda na cabeça, e ter na direita os melhores amigos, liberdade é discutir com Deus como se de um demónio se tratasse, mesmo quando se acredita nele. liberdade é cantar à desgarrada casa fora e sentir que se canta bem, mesmo que os vidros comecem a quebrar. liberdade é ir ao lixo de pijama, ir estrada fora com molas no nariz, e a cara pintada de verde... ou outra coisa qualquer...
esta coisa da liberdade é uma coisa que não é de medos, e quando os há, usa-os para caminhar em frente.
é uma coisa de gargalhas sonoras, ou sorrisos simples, de silêncios cúmplices e beijos longos e cheios de saliva.
liberdade é dizer, é fazer, é ser... ser pessoa, ser do mundo. pegar na mochila, ir pelo caminho e ter a sorte de escolher alguém para o caminhar, e ter a sorte de ser escolhido para o fazer... liberdade maior é este mundo que nos espera, nos encontra, pelo qual entramos todos os dias sem pedir licença... e que bom que é ser do mundo e respirá-lo, livre de amarras e censuras, ditaduras politicas, sociais, de griffe ou imagem... que bom que é sonhar livre... e poder dizê-lo...
todos os dias travo batalhas para ser livre, na minha cabeça, ao meu redor, fora e longe de mim... todos os dias dou graças e admiro todos os que em revoluções pequenas, grandes, politicas, pacificas, rebeldes e sofridas se libertaram, e ajudaram a libertar os outros... encontraram caminhos, construiriam laços...
não sei se é verdade, mas hoje tenho para mim que a liberdade é uma mulher, a quem não importa a existência do útero, a missão de procriar, a função de cuidar do lar, a forma como quer amar, a escolha de ter uma carreira, de ter os filhos numa creche até às nove, ou abdicar de tudo para estar com eles... tenho para mim que é uma mulher que podia ser um homem, a quem importa o ser!
tenho para mim que apesar das amarras e prisões deste mundo global, sou uma pessoa de sorte, uma pessoa de braços abertos para o mundo, para o amor que ama, sou uma pequena amostra de liberdade...
obrigada ao Abril do meu país, obrigada pessoas deste Abril, pelo contributo!