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Passa Por Lá

Passa Por Lá

29
Ago14

sextas

Carolina
as sextas feiras são como os affairs...
passam o dia numa languidez que nem é carne nem é peixe, e é um tic-tac constante do relógio para o qual se olha, e se percebe que simplesmente come tempo muito mais devagar ,que em qualquer outro dia da semana... 
as sextas devoram a noite com uma rapidez estúpida , infame e faminta, que nos obriga a entrar a um todo vapor, que  no final de contas, não queríamos... queríamos um devagar que prolongasse no tempo o chega ao fim-de-semana,  esse que logo se irá colapsar em mais um enfadonha segunda feira. 
as sextas são fugazes, são secas, intensas e levianas como a vodka; versáteis, descontraídas como a cerveja, sublimes, quentes e encorpadas como o tinto,  imensas e picantes com o gin... 
são dias que na realidade só deviam ser noites. nesse aspecto são muito parecidas com as segundas, agora que penso ... 
as sextas são um engate, passageiras e fugitivas, esperamos que cheguem para logo se irem... por isso muitas vezes transbordam demasiada intensidade e fixação, mesmo quando esperamos a sua plenitude para nos deliciarmos em preguiça, ócio de sofá e mantas, vinho tinto muito....
as sextas são o puro do engate, o toma lá dá cá de um momento que é curto, são o ir e vir de umas horas que acabam só no dia que lhe segue... são como olhares, passam por tudo o que existe e resumem o que podem ser a desertos onde pode acontecer o mais vulcânico dos amores, ou o catastrófico e desolador conhecimento de uma solidão de fim de semana.
 
e entre esta ou qualquer teoria sobre o tipo de engate que são as sextas feiras, podemos concluir que nada concluímos, ou que coisa nenhuma assim é; no final de contas as sextas são mais um dia na semana, como qualquer outro de tantas semanas num ano e tantos anos no nosso tempo... 
 
não adianta fazer o risco do olho mais carregado, aumentar o brilho do bâton, porque afinal as horas reais da sexta que todos esperam esfuma-se e chegam ao auge, perto do momento em que nos esquecemos que o bâton tem de se retocar, em que a sexta já é sábado, e ainda e como fomos parar ao sitio onde estamos (sei que estou a exagerar, mas pareceu-me bem, usar o exagero)...
 
isto tudo simplesmente para dizer o que muitos também já pensaram... ando desde segunda entre o nunca mais é sexta e já é quase sexta à tarde... 
 
esta filha da mãe da sexta engatou-me com resiliência, ainda nem segunda de manhã era... 
 
 
 
 
28
Ago14

loucos uns pelos outros!

Carolina

acredito na loucura, na vontade desmedida de fazermos coisas simples ou imensas loucuras complexas para ver alguém sorrir, ou somente brilhar dos olhos. acredito na sorte que tenho em ter por perto, alguns, a quem quero muito, mesmo muito amarrar a felicidade, e dizer-lhe: ficas aí que nem um louca e não deixas que coisas más se aproximem... ficas aí porque não há lugar melhor para estares, e ninguém melhor a quem te dares... os meus olhos brilhariam loucamente com esta coisa simples e sorria desmedidamente... queria tanto encontrar essa senhora omnipresente, materializada e acorrenta-la na certeza de fazer a alguém "cenas", como aquelas que a felicidade nos faz! acredito na loucura que temos que ter uns pelos outros... muito! acredito muito mesmo. certa que nem a felicidade, nem a loucura e nem quase todas as coisas, têm sentido algum na existência unificada. 
somos porque existe plural (e plural é sempre mais que um)... se não acreditas, atrevo-me a dizer que podes não ser muito feliz, e tenho a certeza que louco não és, nem ousar podes sequer!
20
Ago14

Hoi An - quase perfeita!

Carolina

Chegámos a Hoi An!
Uma cidade pitoresca, colorida de verdade. Cheia de tons  quentes que nos parecem ver as ruelas de Barcelona, uma ponte chinesa que nos lembra Florença... Pontes e barcos que nos lembram Aveiro... E muitas tantas outras coisas que nos lembram que podíamos estar na Europa mas que afinal estamos no Vietname!!
A calma subtil da manha que presenciámos, eclipsou-se no ar húmido que respiramos e deu lugar a uma confusão de locais a vender tudo...a tocar-te a chamar por ti... a procurar um dólar, uma moeda, ouvimos gritos de uma língua que parece cantada ou constantemente ralhada entre as lâmpadas que se acendem e as lanternas alinhadas em cor e beleza, presenciamos um negócio comum a tantos outros espalhado pelo mundo... as velas que colocas no rio a troco de pedires um desejo... Mil mulheres e crianças ali ficam desde as seis às dez da noite tentando as sortes dos outros por um dólar! Parece-me bonito as velas a entrar no rio, há flashs sem fim a disparar, esperando a melhor luz, o melhor ângulo para as ver entrar na água, em barquinhos redondos e coloridos.
 menos belo o lixo fica depois, como se o desejo já não fizesse sentido, como se a vela perdesse a chama, mesmo que continue a arder, como se depois da foto, se fosse o encanto, o sentido, a sorte. 

estas velas são vendidas por mulheres de todas as idades que se deslocam entre muitos turistas, entre uma e outra margem do pitoresco lugar que está na lista dos mais fotografas do mundo, mas o que em toda a actividade me faz-me ainda alguma confusão, e pensa que podem as mães, a fome, a necessidade, o algum sentido que não entendo, obrigar as crianças a estar na estrada dizendo e cantando coisas em coro, sorrindo e acenando,  para captarem as atenções dos turistas e  poderem vender as velhinhas com os desejos dos outros... estou Quase certa, que em momento algum,  alguém lhes perguntou os seus!
photo CA@Hoi An 
20
Ago14

Encontro com o Vietname!

Carolina

De norte a Sul um país de contrastes. 

Um norte mais caótico, um Sul mas ocidentalizado. 
Não se conhece um povo em dez dias ou se interioriza toda a sua essência, no entanto sinto-me capaz de falar sobre o que sinto na Ásia, neste caso no Vietname.
A barreira linguística não ajuda. É como se dissessem sempre que sim a tudo...e num mau inglês, ou melhor, numa estranha forma de usar o inglês. Alguns sorriem e acenam, alguns que não são do norte,mas sim do Sul... Photos com eles sim a troco de dinheiro.... Esquemas e mais esquemas, com passaportes, com tais, com bicicletas, com comida, com cabines de comboio... Mas não são o mais importante! A comida é boa, muito boa, barata, bem temperada,sal, pimenta, agridoce, lima, coentros (demasiados coentros), há cultura, energia citadina, calma interior, rostos e corpos tapados com panos as flores ou bonecos que mostram como não gostam do sol, olhares estranhos para os nossos cabelos, para os nossos pés... Hospitalidade e simpatia de quem quer levar o país para a frente, os jovens, que te pedem para falares inglês com eles em meio de parques, na passadeira (que não serve para nada)... Há o mar... A história, a guerra, poucos com Idade para falar dela... idosos só vimos em Hoi An, dali para o resto do país, meninos, jovens, meia idade... A terra dos leds, das luzes a piscar, da publicidade por tudo e por nada, do culto ao Buda e a Cristo, dos que falam como se tivessem de mal com a vida, cantam e resmungam de sotaque; um país onde dar tiros pode relaxar, e onde negociar umas coisinhas de recordação é mais difícil que sei lá. Há um país a renascer para os mochileiros, os filhos de quem cá esteve na guerra, os com a idade dos meus país, os que sabem que o sudoeste asiático é uma pérola , já não imaculada e completamente deslumbrante de visitar, mas uma zona do globo com surpresas e encontros como o fantástico que tivemos com o Vietname!
Photos CA@Vietname
20
Ago14

o mundo das pessoas diferentes

Carolina
O teu coração pode andar em rebuliço, o teu corpo em frenesim a captar cada emoção, e a tua alma pode relaxar... encontrar nas coisas mais simples a verdade do que elas são, a sua essência, o serem tão e somente coisas. coisas que guardamos, coisas que fazemos, coisas que vemos, coisas que arrumamos, coisas que limpamos... coisas!
do comer, ao dormir, ao subir e descer, ao ser, sozinhos, e com os outros... numa escolha, em muitas escolhas todos os dias! 

para lá de nós, do que passamos dentro de que somos, há lugares que no meio de países e situações confusas, transbordam a tranquilidade no meio de uma quase confusão, respiram a realidade do viver em grupo, em dependência da boa-vontade, em gratidão... onde se vive pelo espírito de dar na medida maior do que se recebe, e se sorri, com a alma aberta para o pouco que se têm... serão lugares mais felizes que o meu... serão as pessoas deste lugares felizes, mais felizes que outras...passo por lá mas não sei responder... mas sei que existem e vivem... lugares assim e as suas pessoas!
 — em Luang Prabang.
photo CA @Laus
18
Ago14

tempo de gartidão

Carolina
o dia é sempre frenético! 
o raio do tempo agora passa tão rápido... 
não tarda estamos no natal outra vez...

os meus dias são muito maus, 
o meu emprego é secante, o meu chefe ordinário! 
não tenho dinheiro para ir de férias! 

- desafio-te: completa estas listas em 30 minutos. 

atrevo-me a dizer que qualquer um de nós o faria em menos de trinta minutos, e com linhas e linhas que dariam para páginas, de queixas, suspiros, desabafos, resticios de coisas menos boas ou falta de sol e vida e sorrisos, e tempo e tudo e tudo. 
ai o tempo que eu perco presa às coisas menos boas, o que piso e repiso na tentativa às vezes de as resolver, e quantas vezes ao carregar nelas como teclas só dificulto que se vão embora...
no meio de tanta lamuria esqueço as graças a dar pelo bom, o melhor, o que tantas vezes me acontece e me fez sorrir, corar, respirar com a tranquilidade simples de existir! 

atrevo-mo hoje a roubar um pouco de tempo ao meu dia, que normalmente tem pouco tempo, e parar para o contemplar, a ele e a tudo o que encontro junto a mim, junto ao que faço com o meu tempo, ao que escolho, ao que vem ter comigo... 
atrevo-me a sentir uma gratidão imensa e a dizer que senti-la é quase tão difícil e desafiante como não pensar em nada durante breves instantes; desengane-se quem acha que sentir gratidão é saber dizer obrigada... 
talvez seja menos que falar, e muito mais do que o que por vezes conseguimos sentir... 
inspiro, respiro, olho para o céu, penso, observo, contemplo (porque tenho andado a aprender a contemplar), e sinto... uma imensidão de pequenas coisas preciosas e pequenas, que de forma audaz posso chamar minhas, sem que a sua posse me esteja legada... 
obrigada vida, mundo, universo, senhor, céu, mar.... ar.... 
roubo ao tempo, tempo e olho o céu, este céu também é meu, esta cidade que vejo de cima é perfeita, e também é um pouco minha, olho o céu e só respiro, devagar, assaltei o dia e tudo o que por ele passa, e não lhe roubei nada, fiquei com único espaço em branco que havia e estou com ele a olhar o céu desta cidade, é meu tempo de agradecer... de dar graças... porque tenho em mim e por perto tanto e tantos que dão sentido ao meu jeito de encontrar tempo para sentir esta gratidão... 

conspiração das pequenas coisas pequenas e boas, serás sempre mais forte que a montanha de coisinhas más que vamos repetindo aos nossos dias... serás... prometo...agradeço...dou graças! amanha devia olhar o céu outra vez... e depois... e depois... (devia apontar, devia lembrar, devia fazer...)

11
Ago14

contemplar! aprende-se!

Carolina
estou disposta a trabalhar a tolerância, a aceitação, a calma e a contemplação... estás a ouvir universo? 
há coisas que basta simplesmente dizermos uma e unica só vez... 
espero o eco do meu compromisso, célere, intenso e muito forte, capaz de se ouvir e permanecer discreto, mas forte como se dum mantra se tratasse!
espero que chegue com toda a força e me transforme numa pessoa melhor, ou numa melhor pessoa... sem ordem de preferência! 
às vezes precisamos de pás... (não não me enganei a escrever), precisamos de pás e baldes para limpar o gorgulho, a poeira, a entropia dos nossos dias, e encontramos alguma paz nos dias que se perfilam diante de nós, na ânsia de sermos capaz de os contemplar... de nos envolvermos com eles, com as atenções voltadas para o que realmente interessa. 
temos de aprender a contemplar... ir mais além de olhar do alto a paisagem que nos corta a respiração ou o céu que nos inspira... temos de contemplar de fora para dentro, de dentro para coisa nenhuma ou para tanta coisa, ou ainda uma coisa de cada vez... contemplar e ser! ser contemplação, não ser nada, respirar e existir, porque na confusão de tanta informação e coisas e pessoas, e confusões, às vezes ser quase nada é um descoberta feliz de sermos muito mais! 
às vezes precisamos de tempoo, para passarmos pelos lugares, pelas imagens, pelas recordações e pelos caminhos, tempo de passarmos para os ver, e nos encontrarmos com o que fomos ou somos em cada um dos minutos de cada (nossa) passagem... (devíamos ter a capacidade de nos por em modo repeat, loop imenso e caminhar devagar por todas as nossas passagens...)
Contemplar?! não sei, sei pouco, não sei se sei, sei às vezes....
calma contigo, contemplar aprende-se!
photo: CA @srilanka 2013

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