O sentido das coisas reside em não se esperar por elas … é surpreende a velocidade a que tantas acontecem, e ainda mais à velocidade a que sem querer as esquecemos para dar lugar a outras e outras… e outras….
Depois há a lentidão das coisas, das que passam por nós para que nós passemos por elas, com a simples missão de nos fazerem ver como as pessoas e mesmo aquelas que nunca foram importantes para nós, nos têm como importantes para elas. Nesses momento sabes, que coisas virão e acontecerão sem que peças, sem que esperes, sem que sonhes…. Essas serão as tuas surpresas, serão as melhores, que vêm em palavras, em gestos, em folhas de guardanapo, em email, em silêncio, todas em comum trazem a tua direcção...…. Não serão nada se não as partilharem contigo, nem se tu as víveres sozinhas, as coisas só são tuas se as puderes contar aos outros, se as poderes tirar do teu pacote e as distribuíres, e só nesse momento assumem o seu real sentido.
Um dia sem surpresas vou morrer, e surpreendentemente não será este um momento de surpresa tamanha como foi nascer eu, ou tu, ou outro qualquer; nunca morri, não sei como é, não sei se terei oportunidade de recordar, de sentir ou reviver partes do que passou, mas se fosse possível sei que era nas e das surpresas que gostava de ter na cabeça, durante o acto estóico em que deixamos de ser para os outros, logo depois de negarmos a nós próprios a nossa frágil existência. As surpresas são como as musicas que ouvimos, arrebatam, arrepiam…. e quando nos lembramos delas sentimos exactamente o mesmo que da primeira vez em que as ouvimos….São como os sonhos, e o meu, era juntar a minha surpresa à tua, numa caravana “jeitosinha” e correr mundo fora… passar aqui e ali, já amanhã, com a playlist a lembrar-me porque é a vida este assombro imenso!