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Passa Por Lá

Passa Por Lá

28
Mai08

...

Carolina
Os turbilhões de forma geral são indomaveis, acrescento ainda muito pouco lineares, carregados de emaranhados, como se de um cabelo aos caracois se tratasse.
As cabeças são estranhas, num mundo de todos iguais e todos diferentes, todas são cabeças e todas pensam por si, para além deste apontamento, a mesma cabeça pensa diferente, muitas coisas, muitas vezes e ainda tudo isto em alguns momentos ao mesmo tempo.
numa velocidade estranha mas rápida, em turbina, muitas coisas acontecem aqui, naqueles que se define como espaço a que me confino, ou alguem, ou ninguem me confinou, por onde passo, portanto, querendo simplificar.
Em poucas palvras se percebe onde está a nascer e a crescer o turbilhão.
Desconfio da minha existencia e do que ela me dá agora, devia acalmar, deitar-me sobre o colo, respirar e aproveitar...sentir por sentir...devagar, sendo eu...
Onde está o colo?
A chuva lá fora cai, não pára de cair, e deito-me com as palvras na almofada, adormeço só, na solidão da chuva, como se de falta de colo, não se tratasse...Mais uma vez sozinha, na solidão confinada do costume, me consolo, me esforço, me exorciso nas culpas e nas tormentas e me renasço, ou tento...
Entre um turbilhão e outro, entre as confusões e as angustias e as saudades, vou crescendo mais, esperando mais, sentindo mais, partindo um pouco...sei lá....e tudo, e sei lá e nada...
Há anos que não sentia falta da minha cama, da solidão da minha casa habitada, daquela que me mostra o silêncio da mãe na cozinha, do pai a chegar do trabalho e dos manos a jogar à bola mesmo em frente, ou fugidos para casa da tia; saudades do cheiro da comida da minha avó, saudades do colo, que não encontro e não tenho.
Grande turbilhão este, está aqui, mas vai passar, tenho o apoio na distancia, sinto o mimo por perto e tenho-me a mim...
Tenho mais e menos e tenho ainda as palavras, a almofada nestachuva e a musica do dia-a-dia, tenho a vontade e o sonho, tenho o poder de construir e turbilhar no meu próprio emaranhado de emoções.... tenho o meu passa por lá, e o meu coração confortado, tenho o colo da minha alma e os meus dedos que sempre me ajudam a escrever.

tenho um turbilhão cá dentro, que mais uma vez vou saber saltar, mesmo sem colo p me abrigar e fonte para carregar-me de forças, tenho o sonho do abraço que quero, a preocupação de quem incondicionalmente me ama e me move...tenho o que sou, turbilhão às vezes, mas não passa, permanece, não passa, porque sou mesmo assim...

Turbilhão?! ...tenho a esperança!!!
21
Mai08

imagem

Carolina

Ombros destapados e decote acentaudo, dão brilho ao vestido branco que lhe escorrega até ao joelho, traz a ponta do pé descalça, e dança abraçada ao vento numa nuvem qualquer.

De mãos no vestido, vazias de cor, dança, observa as unhas tortas e de longe tão perfeitas e dança, encolhe os ombros e ri, ri muito, solta uma e outra gargalhada que se mistura com a musica que ouve.

Desamarra o cabelo que indisciplinado teima e esvoaçar, ligeiramente sobre os seus braços, ligeiramente sobre si, e ela toca-lhe, toca-lhe e dança, dança vestida de branco, dança com o vento e ri...

Num momento unico e descontrolado sabe que pode ser assim, respira o ar que é naquele instante só seu, respira e concentra-se em si, dança como se ninguem estivesse ali, pede como se ninguem a ouvisse, e ri, ri muito, fala com os olhos às suas gargalhadas e com os ombros ao seu desejo.

O seu corpo mexe descontrolado, o seus lábios espelham todas as suas vontades, mesmo quietos e delicadamente colocados no seu rosto...

Anda louca, dança, louca e ri...

Depois do sol, do frio que o vestido branco lhe irá causar, regressa a si, coloca os olhos outrora iluminados no seu espelho e vê se do jeioto que é, passa um risco negro por cima e por baixo e volta ao decote de algo que não é... despe e veste de novo, e não de branco...

Descança da loucura e controlasse para não rir, para não rir muito, volta a ser inócua de insanidade, fica mais seria, menos serena, deveria dizer, mais a serio. Vai pintar as suas palpebras de cinza, mesmo sabendo que dourado lhe fica melhor, vai pintar os lábios de roxo mate a olhar para um rosa brilhante que realçaria o seu rosto...Afinal é sempre mais facil esconder a fragilidade do que é dançar de noite, no negro de uma pista qualquer e guardar para os dias a solidão perfeita de um vestido branco que brilha no vento e rejubila numa luz fusca de um dia de inverno qualquer.

Doce, não?

Brilhante, nã0?

Fresca, Não?

Tenue, Não?

Perfeita NÂO?

imperfeita....com toda a cereteza
Acre...um pouco acida, por certo,

Fusca..claramente

Quente, talvez

Acentuada.... hehehh


Assim, porque de outra forma, não saberia dançar, de outra forma não é... esconde-se no toque dos ombros, na sua própria dança, nega-se ao brilho, porque se brilhar chegaria a ribalta que destesta...

Enquanto ela dança tantas passam por ali, por todos os lados onde gostaria que a vissem passar, mas prefere assim...

O vento sempre volta a passar, e poderá levar a menina do vestido branco à subtileza de ser uma mulher com coragem de dançar para ti...

19
Mai08

Saudade

Carolina
Lembro com saudade...

Uma infinidade de coisas e outras mais, como tudo e como muito, o  lembrar é meu, lembrar sou eu...

As tuas palavras essas que  sempre me trazem saudade, sinto muita saudade; tenho suada de de as ver,  não de as ouvir mas de as sentir, de não as entender de me mostrarem mais do que aquilo que são.

Tenho saudades de quando escrevias, nessa altura sabia o que sentias e mesmo pequenina, mesmo reduzida a nada, sabia-te a amar, a gostar a sentir tudo pelo alguém que brilha em ti...
Agora não sei. Onde andam as tuas palavras ? 

Tenho saudade de quando dizias ter saudades de algo meu, ou mesmo de mim... 
De quando falavas e dizias algo, mesmo só para dizer estou aqui, ou pra não acrescentar nada com sentido para lá da tua presença. 
Tenho saudades e penso a quem escreves agora? de quem são as tuas palavras. 


Tenho saudades do teu olhar aquele que contemplava as minhas palavras tenho saudades assim como só eu sei ter, como eu sei que tenho, e do meu jeito..

Tenho saudades de ser para alguém o que és para mim. Saudades de dar tão pouco e tão pouco ter,  e esse pouco chegar, saudades de ser especial e de ser assim para alguém como sou. 

Tenho saudades do uníssono perfeito de um qualquer sentimento comum e saudades de me achar capaz de ser mais e maior para alguém, ser o amor. 

Tenho saudades de gostar de alguém que me goste assim.

Tenho saudades, mas vou sendo feliz.

Embora o meu coração se aperte e por vezes transpareça o meu temor, embora ele se doa por nada ser e por outras vezes ser tudo,  

Entre os lençóis e o conforto a presença e a distancia, os corpos e depois mais o que não sei, para lá do que sinto, estou eu, entregue à  incerteza do que sinto, à certeza da saudade,

E Tu por ai, perdido, na espera que ela venha, a dona das tuas palavras. 


O universo retorna tudo o que lhe damos e há quem diga que retorna em dobro, eu espero metade do mais brilhante que sei sentir, oferecer e embrulhar...sempre em êxodo de mim para o que se torna no meu mundo....
Sei que na minha espera posso encontrar mais força e mais brilho, sei que vou brilhar para alguém, como brilhará um dia um novo alguém para mim... sei como sou, e não me esqueço mesmo quando sofro, mesmo quando doí, mesmo quando me entrego nos teus braços a espera que digas é agora que vou embora, e levas contigo as tuas palavras.
Renascer doí, mas não é impossível, florescer brilha e é sempre possível...

Vá alguém entender-me, vá alguém entender a minha saudade, vá alguém entender-te.

Saudade?!(queres um motivo, eu dou-te dois....tal qual dizem os outros...)

#PassaPorLá
13
Mai08

O meu nome é Laura!

Carolina
O meu nome é Laura, pode ser Patrícia, Maria, Ana ou outro qualquer... poderia ainda ser tanta coisa, coisas que não é...coisas que nem sequer são..
Sou desajeitada, trôpega e turbulenta, sou de carne e osso, parece-me pelo menos, pois nunca me vi por dentro, nunca me abriram, (que me recorde neste instante e noutros)...
O meu nome é Laura e tenho um vestido verde, que visto para me sentar na soleira da portada da minha janela, tenho um vestido verde que faço brilhar quase como ouro azul, sentada no parapeito da minha pequena janela...
Adoro aquele vestido, adoro a portada da janela e o parapeito que brilha de tanto verde...
Sou a Laura, hoje sou a Laura e pareço louca a repetir quem sou... vejo tudo a cinza, as cores da luz do sol, são prateadas, são pouco mais que cinzentas... olho para o horizonte onde nada está nublado mas tudo está cinzento, vou olhando para lá, voltando e repetindo o gesto simples de olhar...procuro no cinzento ofuscante as coisas que sempre quero.
Sou a Laura, a pequena Laura, a Laura que fica, a Laura que espera, a Laura que ouve, que sorri de alegria em qualquer rasgo de cor que tu pintas aqui...a Laura que te viu longe e não estando longe tu agora, não te vê perto, a Laura que chora, a Laura que tudo destrói por ter tanto medo...A Laura que às vezes não sabe o que fazer ...
A Laura da janela e da soleira da porta e que da porta nunca sai...
A Laura que acha que estás a chegar, a Laura que sabe que não vens... A Laura que nada sabe e pouco é...
A louca menina vestida de verde...e que de verde vai ficar até que o verde que passa rasgue o seu vestido e varra o seu coração...

#PassaPorlá

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