15
Mar07
de quando em vez
Carolina
De quando em vez sorris, e quase nunca falas, de quando em vez escutas e quase nunca paras para te ouvir, de quando em vez tocas-me e nunca me agarras...
De quando em vez desespero, fico torcida neste meu eu, ciclíca na minha vontade, no desespero de não controlar o impensavelmente medido, fico com vontade de respirar no teu ouvido e percorrer o teu pescoço, fico com vontade de ouvir como nunca a tua voz e claro desperto em mim a vontade de não deixar parar meu corpo... e de quando em vez quase digo assim, com estas palavras o que ouso mais uma e outra vez guardar...
De quando em vez o corpo trai a minha cabeça e solta-se demais numa e só numa direcção a tua, meio perdido, por certo, como perdida ando eu, numa busca desenfriada de encontrar um TU, sempre disperso num tempo de uma história, a história do de quando em vez...
De quando em vez enloqueço, ou melhor tu quase que me enloqueces num rio de aguas tortas e flutuantes, num mar estranho de ondas tão brancas, enloqueço cá dentro na plantação das minhas vontades, despoletadas pelas tuas correntes, meu deus tantas palavras só para te dizer que num de quando em vez assim, apetece dizer não passes...mas fica, fica por cá...