20
Mar14
(...)
Carolina
o colo era quente, de uma serenidade imensa.
os dias deixavam de ser dias, só para começarem quando me aninhava ali. os relógios, muitos que tenho, todos adiantados, se acertavam no momento em que aterrava nele.
o tempo mudava de tempo e o tudo ganhava ou perdia cor, para que se alinhasse no quente do colo que passava a ser a maior de todas as presenças.
regaço de quem acorda de manhã e dá graças pelo que tem, afago de quem sabe que só se pede o amor, depois de se amar com a intensidade de um colo quente.
embalada tantas vezes no melhor dos colos, enrolada no tic-tac que conheço de cor, e que acho sempre que vai tão depressa, mesmo mais depressa que o tempo, como se a vida fosse sempre um passo à frente.
sonos dormitantes perdi-lhes a conta, por serem a simplicidade mais simples do que pode ser afinal de contas a própria da felicidade.
e o colo quente e com a sua serenidade imensa... sem avisar abriu os braços, estrondo, suspiro quase grito, dor, e dou conta da violência de um corpo embalado, que sem esperar caiu no chão... o meu !